A Polícia Civil quer fazer a reconstituição da morte da adolescente Barbara Lopes Santos, de 16 anos, baleada no rosto pela amiga dela, Mayara Raquel Barreto, de 19 anos. O crime aconteceu na noite da última sexta-feira (15), no bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo.
O delegado Levi D’Oliveira, do 17º Distrito Policial (Ipiranga), quer que o procedimento ocorra após a conclusão dos depoimentos. O objetivo é ver se houve contradições entre aquilo que foi dito à polícia e o que realmente aconteceu.
Na versão contada pela suspeita do crime, as duas estavam sozinhas na casa dela por volta das 20h30 de sexta-feira. Mayara achou o revólver do pai, um ex-policial militar, dentro de um armário e foi mostra-lo à amiga. Ela ainda disse ter atirado acidentalmente no rosto de Barbara.
No dia em que Mayara prestou depoimento, ela estava muito nervosa, segundo o delegado e não soube explicar porque apertou o gatilho do revólver, mesmo sem saber se estava com munição.
— Toda criança sabe que se apertar o gatilho e tiver bala vai disparar. Ela chorava e não conseguia me explicar. Agora quero ver, em um segundo depoimento, qual vai ser a versão dela para isso.
Na sexta-feira (22), dois policiais militares que estiveram no local do crime vão prestar depoimento. No começo da próxima semana, o avô e o irmão de Mayara vão ser ouvidos, já que eles também estiveram na casa.
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Possessiva
Mayara foi descrita por alguns amigos e até pela família de Barbara como sendo possessiva. Raimundo dos Santos, pai da vítima, falou, em entrevista ao R7, que ela não deixava a garota ter namorado e teria sido o pivô do fim de um relacionamento.
O caso
Barbara e Mayara tinham uma amizade muito próxima, até a noite de sexta-feira (15). A adolescente foi à casa da amiga e morreu vítima de um tiro, que a autora afirmou ter sido acidental.
Após balear a amiga, Mayara foi levada pela mãe à casa de um parente em São Sebastião, no litoral de São Paulo. Ela só se apresentou à polícia na segunda-feira (18), acompanhada da mãe.
O delegado ainda não definiu se a garota responderá por homicídio culposo — sem intenção de matar —, ou doloso — com intensão. A garota foi liberada em seguida.
O corpo de jovem foi socorrido pelo pai de Mayara. A polícia investiga se houve demora no resgate. Barbara foi atingida por um tiro no olho e morreu no hospital.