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Como reagir a "encoxadas"? Polícia e especialistas opinam

Nenhuma mulher deve aguentar calada um abuso. Mas métodos para deter o criminoso variam

São Paulo|Do R7

Janaína (nome fictício) foi vitima de abuso no Metrô
Janaína (nome fictício) foi vitima de abuso no Metrô Janaína (nome fictício) foi vitima de abuso no Metrô

Abusos no Metrô e trens devem ser denunciados imediatamente, afirmam policiais, especialistas em segurança e em direitos da mulher ouvidos pelo R7. As vítimas devem agir para que ação pare e, se possível, para que seguranças ou outras pessoas consigam deter o agressor.

Nesta semana, uma série de casos no Metrô paulistano vieram à tona. Acusados de aproveitar o trem lotado para praticar estupro e ato libidinoso e um suspeito foi detido sob a acusação de gravar com o celular imagens sob a saia de uma vítima.

Uma das vítimas foi Janaína (nome fictício). Graças a seu grito de socorro, na quarta-feira passada, o agressor foi capturado.

— Esperei descer do Metrô e comecei a gritar. Falei que ele era um tarado. Gritei para todo mundo ouvir. Ele subiu a escada rolante, dizendo que eu era louca. Ele subiu disparado, tentando fugir e sair da situação. Tentei visualizar algum agente do Metrô. Quando enxerguei, gritei e apontei para ele. Pedi socorro.

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Abaixo, especialistas dão recomendações sobre como proceder diante de um ataque do tipo.

Oswaldo Nico Gonçalves

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Delegado responsável pelas prisões recentes

O delegado afirma que, diferentemente do que se recomenda em casos de assalto, a mulher deve gritar escandalosamente quando percebe que alguém a está importunando em um transporte público lotado.

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— Não se deve tolerar esse tipo de comportamento. A vítima deve berrar, chamar a atenção para a situação.

O delegado afirma que mesmo criminosos não compactuam com estupradores.

— É um tipo de crime odiado por todo mundo. Por isso, não é difícil a vítima conseguir o apoio de outros passageiros do vagão.

Para o delegado, além de ser pouco provável que o criminoso tenha uma arma, dificilmente ele terá condição de sacá-la.

— Assim com a vítima, o criminoso tem pouca mobilidade.

Mesmo que o agressor consiga se desvencilhar de multidão e fugir, o delegado afirma que é importante prestar queixa em seguida.

Celi Carlota

Delegada da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher

Celi recomenda que, antes de fazer escândalo, a vítima tente se desvencilhar virando o corpo ou afastando as mãos do agressor.

— Em todos os casos do tipo que acompanhei, o criminoso estava desarmado. Mas há sempre o risco de uma agressão. Então deve-se primeiro buscar formas mais discretas de sair da situação, em vez de reagir com cotoveladas ou outro tipo de agressões físicas.

Ela afirma que, as reações mais escandalosas devem ser feitas quando o trem chegar na plataforma.

— Aí então é importante apontar o criminoso, chamar a segurança, para que ele seja detido logo. Se o sujeito escapa, é mais difícil identificá-lo, mesmo que haja câmeras no local.

Luiza Nagib Eluf

Procuradora de Justiça do Estado de São Paulo

Luiza afirma que a mulher deve reagir ao ser vítima de abuso.

— Dá para falar em voz alta que o sujeito a está importunando. Apontar para o agressor, descrever o que está acontecendo. É algo que deixa o acusado constrangido.

Ela diz também que a vítima pode usar técnicas de intimidação.

— Atualmente, dependendo da situação, pode-se sacar o celular, por exemplo, e fotografar o agressor.

A procuradora também não descarta reações mais agressivas.

— Usar a bolsa ou o salto contra o agressor pode funcionar. É importante que ele seja detido e processado pelo que fez. Uma situação dessa não pode ficar impune.

Jorge Lordello

Especialista em segurança pública e privada

Lordello afirma que a mulher pode tentar evitar o ataque.

— Em geral, esses criminosos se aproximam aos poucos. Às vezes, é possível acompanhar a movimentação e buscar uma posição que impeça o ataque.

O especialista recomenda que, se possível, a vítima fique de costas para a parede do vagão. Ele desaconselha reações mais agressivas.

— Se a vítima tiver condições, deve-se enviar um torpedo para o serviço de denúncia do Metrô. Assim, a segurança será deslocada para a estação seguinte.

Lordello recomenda que a vítima desça na primeira estação que conseguir.

— Mesmo que isso a faça perder tempo, é importante cessar o risco de que agressão física e psicológica prossiga. São agressões tremendas.

Metrô recomenda denúncia por torpedo

Procurado pela reportagem, o Metrô afirmou que usuários tanto do próprio Metrô como da CPTM podem usar o serviço de SMS-Denúncia para casos de abusos.

O Metrô recebe denúncias anônimas pelo SMS-Denúncia, 97333-2252.

Na CPTM, o telefone é 97150-4949 ou 0800 055-0121.

O usuário deve enviar um SMS informando local/número do carro, ocorrência e características do infrator. Os suspeitos são encaminhados à Delegacia do Metrô.

De acordo com o Metrô, a companhia investe permanentemente em campanhas de alerta e conscientização, por meio das redes sociais, cartazes e avisos sonoros em trens e estações, recomendando cuidados especiais aos usuários.

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