O coronel Reynaldo Rossi já está em casa e deu uma entrevista para falar sobre a agressão que sofreu. Ele teve ferimentos na cabeça e na clavícula.
— Eu tenho lesões nas duas omoplatas, tenho lesões na cabeça, escoriações em geral e lesões nas costas e nas pernas.
O comandante do policiamento do centro da capital paulista foi atacado por criminosos infiltrados na manifestação do MPL (Movimento Passe Livre) que aconteceu na última sexta-feira (25).
Um vídeo, gravado na hora da agressão, mostra que o policial militar levou socos, chutes e pauladas.
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Vídeo mostra agressão a coronel da PM
Tudo começou após a prisão de duas pessoas que estavam destruindo um ponto de ônibus no Terminal Parque Dom Pedro II. A SPTrans (São Paulo Transporte) liberou imagens que mostram manifestantes invadindo o terminal. Eles destruíram lojas e atearam fogo em ônibus. Perto dali, o coronel foi atacado.
— Suponho que a primeiro episódio de agressão foi um pedaço de caibro [madeira] pela costas, que foi a primeira queda que eu sofri. Depois, foram várias pauladas, chutes, pedaços de madeira. Meu policial também está ferido no rosto, dois dedos quebrados.
A arma e o rádio que ele carregava foram roubados. O coronel Reynaldo Rossi já foi baleado em serviço, mas confessa que, no meio da confusão, ficou com medo.
— O medo é uma coisa legítima para todo mundo. Não só eu, mas qualquer policial militar teria medo naquele momento.
“O Estado dará uma resposta muito forte a esses vândalos”, diz major da PM
Um dos suspeitos de agredir o coronel foi preso. Ele foi levado ao 2º Distrito Policial e aguarda transferência para um CDP (Centro de Detenção Provisória. O jovem, de 22 anos, foi indiciado por tentativa de homicídio e associação criminosa. Ao todo, 92 pessoas foram detidas no protesto. Dessas, oito ainda permaneciam presas na manhã desta segunda-feira (28).
O Major Mauro Lopes, porta-voz da Polícia Militar, enfatizou a necessidade de haver punição aos criminosos.
— É importante que isso não saia de graça, que as pessoas não só seja responsabilizadas criminalmente mas também civilmente. Que restituam esse patrimônio à cidade. A cidade é nossa, não deles.
O Movimento Passe Livre, que organizou o protesto, se disse contra a agressão ao coronel, mas também falou que não é a favor da violência usada pela PM contra os manifestantes. A presidente Dilma Rousseff também falou sobre o assunto. Por meio de uma rede social, ela prestou solidariedade ao coronel e colocou o governo federal à disposição para ajudar a combater o que chamou de "barbárie antidemocrática".
Mesmo ferido e assustado com a agressão, o coronel quer voltar logo às ruas.
— Eu e os meus homens não entramos nisso aqui por brincadeira. A gente não arrisca a vida porque acha que quer ser herói. A gente arrisca a vida porque a gente acredita que a gente está salvando vidas, mesmo que eventualmente tendo que expor a sua própria vida.
Assista ao vídeo: