O Ministério Público de São Paulo ouviu nesta quarta-feira (17) os depoimentos dos dois delegados do Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos), Clemente Castilhone Júnior, da Unidade de Investigações, e Fábio Amaral de Alcântara, da 3ª Delegacia de Apoio, presos na última segunda-feira. Também nesta tarde, dois policiais do órgão, Gilson Iwamizu dos Santos e Jandre Gomes de Souza, se entregaram - quatro ainda estão foragidos e já são nove os presos por envolvimento com o tráfico. Castilhone e Alcântara são suspeitos de vazar informações sobre uma operação contra agentes que teriam envolvimento com um esquema de cobrança de propinas e extorsão de traficantes de Campinas, de acordo com o promotor José Tadeu Baglio. — Os depoimentos aumentaram as convicções do Ministério Público de que houve vazamento de informações no Denarc.Denarc deverá passar por mudanças após operação que prendeu policiais, diz secretárioMais um policial civil investigado por receber propina de traficantes se entrega Os policiais teriam informado traficantes sobre a invasão da favela do São Fernando, principal ponto de venda de drogas de Campinas, que é comandado pelo sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, de dentro da Penitenciária de Presidente Venceslau. Os delegados, porém, não admitiram que foram os responsáveis pelo vazamento. Também foram convocados dois policiais do 10º Distrito Policial de Campinas, Renato Peixeiro Pinto e Mark de Castro Pestana. Suspeitos de receber propina de traficantes, os agentes ficaram calados. O advogado Ralph Tórtima Sttetinger Filho questionou a validade do depoimento do traficante usado para incriminar os agentes. — É a palavra de um delator traficante contra policiais com histórico de combate ao tráficoMais crimes Um sargento e dois soldados da Polícia Militar foram presos com outros dois homens em Taquaritinga, interior de São Paulo, sob suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas na cidade. Uma investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), com escutas telefônicas, apontou que eles atuavam em parceria com um distribuidor de entorpecentes. As investigações começaram há dois meses. Um tenente da PM e um traficante já haviam sido presos, no fim de maio, por ter montado o esquema criminoso. O oficial seria o responsável por levar droga apreendida a traficantes.