Além dos laudos que devem ser entregues pelo IC (Instituto de Criminalística) nos próximos dias, restam algumas perguntas a serem respondidas sobre a tragédia no Butantã, zona oeste de São Paulo, que resultou na morte de duas adolescentes. A primeira diz respeito à condição psiquiátrica da mãe das vítimas, Mary Vieira Knorr, suspeita de ter cometido os crimes.
O promotor do caso, Rogério Leão Zagallo, do 5º Tribunal do Júri, acredita que o fato será alvo de debate em algum momento do processo. O próprio advogado de Mary, Lindemberg Pessoa de Assis, já disse anteriormente ao R7 que um “surto” pode ter influenciado a conduta da suspeita.
A princípio, o promotor não vê elementos para acreditar que ela apresente algum tipo de distúrbio mental.
— Todas as pessoas ouvidas até agora, sem exceção, disseram que ela tinha um comportamento normal, dentro do esperado para uma pessoa sem nenhum desvio de conduta. Não tem uma pessoa que disse que essa seria uma atitude esperada dela. Agora, a partir daí, eu entendi que não era caso, até porque não tenho a versão dela, de se fazer essa investigação agora.
Se solicitado pela defesa, uma comissão formada por médicos psiquiatras do IML (Instituto Médico Legal) será formada para fazer uma análise psíquica de Mary, e o resultado dessa análise poderá ou não ser considerado pela Justiça.
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É isso que pode separar a suspeita de uma imposição de pena, o que acontece em um júri popular, de uma medida de segurança, que seria a internação em hospital de custódia, uma vez que se comprove a inimputabilidade (incapacidade de compreensão de seus atos) por parte da mãe.
Esse fator também pode ajudar a se chegar ao motivo do crime, algo que ainda não está totalmente claro para a acusação.
— Tudo o que cerca o crime é levado em consideração, mas por ora não existe homicídio sem motivo, salvo quando existe problema mental da pessoa, o que caracteriza o próprio motivo do crime.
Rogério Zagallo revelou ainda que acredita no julgamento do caso “em meados de 2014”, caso não sejam impetrados recursos, o que pode empurrar a possibilidade de júri popular para mais adiante.
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