O motoboy Sandro Dota, acusado de estuprar e matar a universitária Bianca Consoli, em setembro de 2011, vai a júri popular a partir desta terça-feira (24), no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. O advogado do réu, Ricardo Martins, afirmou que Dota se recusou a fornecer sangue para fazer um exame de DNA na época do crime porque “se sentiu coagido”.
— Ele se recusou porque se sentiu coagido, porque se sentiu responsabilizado desde o primeiro momento em que foi conduzido para ser ouvido [na delegacia]. Ele me relata isso.
O laudo pericial que atesta ser o DNA da pele encontrada debaixo das unhas de Bianca compatível com o sangue que estava na calça jeans apreendida na casa do motoboy será apresentado pela acusação durante o julgamento. A peça de roupa foi entregue à polícia pela mulher dele na época, Daiane Consoli, irmã de Bianca.
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A defesa do motoboy afirma que Daiana Consoli, irmã da vítima, relatou, por meio de uma carta, ter sido ofendida por policiais durante a investigação. No documento, que foi anexado ao processo, ela teria afirmado que “foi chamada de gorda, de feia, de invejosa, de fracassada e gostava de apanhar na cara”.
— Você entregaria seu sangue depois de um comportamento desses?
O julgamento popular de Sandro Dota estava previsto para começar às 12h30 desta terça-feira. Até as 14h20, no entanto, os jurados ainda não haviam sido definidos. Ele responde por homicídio triplamente qualificado e estupro.
O crime
O corpo da universitária Bianca Consoli, 19 anos, foi achado pela mãe dela, caído próximo à porta de saída de casa, na zona leste de São Paulo, no dia 13 de setembro de 2011. Segundo a polícia, a jovem foi atacada quando havia acabado de tomar banho e se preparava para ir à academia.
Na cama, os investigadores encontraram a toalha usada pela jovem, ainda molhada. A garota teria reagido à presença do criminoso e começado uma luta escada abaixo. Foram localizadas mechas de cabelo pelos degraus.
Dentro da garganta da jovem, a polícia encontrou uma sacola plástica, usada pelo autor para asfixiar a estudante.
As investigações apontaram o motoboy Sandro Dota, cunhado da vítima, como o suposto autor do crime. Ele está preso desde o dia 12 de dezembro de 2011.
O motoboy nega as acusações e se diz inocente. Em julho do ano passado, ele foi para o Complexo Penitenciário de Tremembé, a 147 km de São Paulo. Dota alegou ter sofrido ameaças de morte no Centro de Detenção Provisória 3 de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, onde estava. Por este motivo, a Justiça teria determinado sua transferência.
Em agosto do ano passado, a acusação de estupro foi incluída no processo contra Sandro Dota. A defesa do réu, entretanto, nega o crime e diz que o laudo do legista é inconclusivo. Para a polícia, o crime teve motivação sexual.