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Estudantes têm que beber xixi e são deixados nus em canavial durante trotes, relata aluna da USP 

Atos de violência têm sido expostos em audiências da CPI da Assembleia Legislativa de SP 

São Paulo|Do R7

Deputado Adriano Diogo, presidente da CPI que investiga os trotes
Deputado Adriano Diogo, presidente da CPI que investiga os trotes

Ouvida nesta quarta-feira (14) durante audiência pública realizada pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) que investiga trotes violentos nas universidades do Estado, a estudante da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) Jade Gonçalves Ribeiro relatou as violentas práticas de trote na instituição. Humilhações, nudismo, escatologia e doping em festas com o intuito de estuprar alunas estão entre as práticas abusivas.

Jade relatou que, assim que soube ter sido aprovada no vestibular, foi advertida por uma amiga sobre a violência dos trotes que ocorrem naquela faculdade da USP.

Ela contou sobre o trote chamado Ralo Monstro, que leva alunos despidos e bêbados para um canavial, e lá são abandonados para voltarem nus às suas repúblicas.

Segundo a aluna, algumas repúblicas, principalmente as Azuis (cada república tem uma cor que faria alusão à opção política dos moradores, e a azul faz alusão aos conservadores), aplicam um trote em que entra pancadaria com ripas de estrado de cama, ingestão de uma mistura de urina com cerveja, nudez e homofobia.


A estudante disse que, certa vez, um de seus colegas chegou todo sujo de lama, com as roupas rasgadas, mas que estava feliz por ter sido aceito em uma república Azul.

— São estudantes de 17, 18 anos e que ainda não têm bem claro o que é desvio de conduta. 


Presidente da CPI, o deputado Adriano Diogo (PT) perguntou a Jade sobre fatos que teriam acontecido com ela e a estudante disse que foi obrigada a se apresentar ajoelhada para um veterano, que a queriam obrigar a ingerir bebida alcoólica e que foi dopada numa festa e apagada. "Nada aconteceu porque um veterano se ocupou de mim e me protegeu. Mas nem todas têm essa sorte", lembrou a aluna.

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