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Família de mãe suspeita pela morte das filhas em SP fala em “surto” e critica indiciamento

Advogado Lindemberg Pessoa de Assis pede calma para a elucidação do crime no Butantã

São Paulo|Thiago de Araújo, do R7

Paola e Giovanna foram encontradas mortas na casa da família
Paola e Giovanna foram encontradas mortas na casa da família

Enquanto a polícia vê indícios para que Mary Vieira Knorr, de 53 anos, seja a principal suspeita pela morte das filhas, Paola Knorr Victorazzo, de 13 anos, e Giovanna Knorr Victorazzo, de 14, no último fim de semana, a família dela acredita que seja muito cedo para se tirar conclusões acerca da tragédia, ocorrida no Butantã, zona oeste de São Paulo. É o que diz o advogado Lindemberg Pessoa de Assis.

— Não sabemos nem se ela é a autora desse crime. Sou advogado dela. Não trabalho por exclusão, esse raciocínio aí é por exclusão. Só porque estava apenas ela então foi ela? Não é assim. Não temos um testemunho que diga que foi ela, então o que nós temos é que aguardar pra saber quando ela estará bem para ser ouvida para que ela esclareça pra gente o que aconteceu.

Assis foi constituído como advogado de Mary pela filha mais velha dela, a pesquisadora Eliane Knorr de Carvalho, de 31 anos. A reportagem do R7 a procurou, porém ela disse que não vai se pronunciar. A posição é a mesma do bancário Leon Gustavo Knorr de Carvalho, de 28, que também não quis dar entrevista. Eles são filhos de um casamento anterior da suspeita e não moravam com ela. Por isso, não acreditam que a mãe tenha cometido o crime.

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Assim como o pai de Paola e Giovanna, Marco Antonio Victorazzo, os filhos mais velhos de Mary também desconhecem qualquer distúrbio psiquiátrico ou psicológico que poderia ter levado Mary a cometer os crimes. O defensor Lindemberg Pessoa de Assis acredita que, diante do histórico dela, é cedo para se tirar qualquer conclusão, pelo menos enquanto ela não prestar depoimento à polícia.

Gilmar Contrera, delegado-titular do 14º Distrito Policial, responsável pelo caso, esperava poder ouvi-la na quarta-feira (18), mas Mary segue internada no HU (Hospital Universitário) da USP, sem previsão de alta, de acordo com a assessoria de imprensa da instituição. O advogado a visitou na quarta e explicou que ela está doente, além de não apresentar lucidez ao falar.


— Ela continua meio fora do ar, dizendo coisas desconexas, ainda em virtude da tragédia, do trauma ocorrido. Como é um processo que não tem testemunha presencial, o inquérito depende muito do depoimento dela e ela não está lúcida ainda para ser colhido esse depoimento. Clinicamente ela tem uma infecção, que está sendo tratada e não se sabe o que está ocasionando isso, e existe uma avaliação psiquiátrica porque não houve como conversar com ela em razão das coisas desconexas que ela diz. Amanhã vai ter uma nova avaliação, e, em cima dessa avaliação, será definido se ela está pronta para depor ou não.

O advogado da família de Mary já sabe que existe um indiciamento da polícia contra ela, o que deve resultar em prisão tão logo ela receba alta. Assis afirmou que ela “não é bandida” e que não crê que o Estado tenha condição de cuidar da sua cliente, que passa por problemas.

— Vou entrar com um pedido pra ela, porque eu acho que o Estado não tem condição de dar o tratamento devido a uma pessoa que não é nenhum bandido, não é nenhuma criminosa, com uma tragédia na vida dela, e pelo surto psicótico que ela passou, eu acho que ela teria de passar por um tratamento que o Estado não tem condição de dar.

Dívidas e processos são desconhecidos por defensor

O delegado do caso disse ao R7 que Mary Knorr possui uma dívida de R$ 200 mil e que está respondendo na Justiça por estelionato e apropriação indébita. Ainda no local do crime, ventilou-se que a situação financeira precária e os processos judiciais poderiam ter tido influência na suposta atitude da mãe em matar as duas adolescentes e o cachorro da família.

O advogado Lindemberg Pessoa de Assis explicou que não tomou ciência desses pontos levantados pela polícia e que, no momento, está preocupado exclusivamente com a saúde de Mary.

— Nem me preocupei com isso. O que me preocupa é essa tragédia que está sendo vivida com a morte das meninas, com a prisão dela, uma mãe de família superlegal, passando por esse trauma.

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