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Família não foi envenenada em Ferraz de Vasconcelos

Investigação da morte de mãe e 4 filhos sofre reviravolta; vazamento de gás pode ser a causa

São Paulo|Lumi Zúnica, especial para R7

Mãe e quatro filhos foram encontrados mortos em apartamento
Mãe e quatro filhos foram encontrados mortos em apartamento Mãe e quatro filhos foram encontrados mortos em apartamento

As investigações sobre a morte de Dina Vieira da Silva e seus quatro filhos em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, sofreram uma reviravolta nesta segunda-feira (23) após o depoimento da única filha sobrevivente de Dina.

Dina e seus filhos de 7,11,12 e 16 anos foram encontrados mortos no apartamento recentemente alugado pela família. A polícia suspeitava que o namorado de Dina, o boliviano Alex Guinones Pedraza, de 33 anos, tivesse envenenado o bolo e o suco consumidos por eles horas antes da morte, mas essa hipótese está descartada.

Em depoimento, Alessandra, de seis anos, contou à polícia que foi a mãe quem preparou o bolo e o suco, e que ela própria comeu dois pedaços de bolo. Quanto ao suco, a menina afirma que experimentou, mas não quis beber mais porque sentiu nojo ao ver que a mãe adicionou água de torneira ao suco. Alex, até então principal suspeito das mortes, também experimentou o suco e achou que o sabor estava muito forte, pedindo a Dina que colocasse mais água na mistura, ainda de acordo com depoimento de Alessandra.

Depois disso, pai e filha só beberam um refrigerante. Além do bolo, Alessandra teria consumido um "Danoninho" e um "chupe-chupe". A polícia concluiu que se o bolo e o suco tivessem sido envenenados tanto a menina quanto Alex também teriam sido intoxicados, o que não aconteceu.

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A menina também informou que não houve nenhuma briga naquele dia e que o pai passou boa parte da manhã e da tarde assistindo à TV na cama. O único momento em que a mãe ficou irritada foi quando as crianças bagunçaram o quarto e uma das irmãs saiu do apartamento, que fica no térreo do edifício, pela janela, ganhando uma pequena bronca da mãe.

A criança ainda lembra que ela e os irmãos passaram boa parte do dia na piscina, mas que os pais não estiveram juntos porque não tinham feito o “negócio do dedo”, referindo-se ao acesso eletrônico de catraca para a piscina no prédio.

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Naquela noite, Vitória, uma das filhas, ficou resfriada porque foi tomar banho na piscina, não a lazer, mas porque o chuveiro do apartamento estava “quebrado”, lembra a menina. Já a mãe de Alex, dona Consuelo, informou à polícia que no dia anterior Dina tinha pedido para tomar banho no apartamento da sogra no centro de São Paulo, porque o chuveiro dela estava vazando gás.

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Alessandra acrescentou que a mãe tinha feito duas promessas para as filhas, a de juntar dinheiro para trocar o chuveiro e para comprar um carro, informação similar à dada pelo namorado, que acrescentou que ela também tinha prometido que esse seria o último endereço da família já que Dina pretendia obter um financiamento para comprar o apartamento ao qual acabaram de se mudar dias antes.

Caso seja comprovado que as mortes de Dina e dos quatro filhos foram provocadas por ingestão de gás, a polícia deverá pedir o relaxamento da prisão de Alex.

Relacionamento

Em um depoimento rico em detalhes, Alessandra disse à polícia que ela e seus irmãos chamavam Alex de pai, mesmo os irmãos sendo só filhos de Dina, e que a relação era muito boa entre eles e o namorado da mãe. Inclusive o filho mais velho de Dina, que mora no interior de São Paulo com o ex-marido dela, deu duas camisas e um relógio de presente a Alex no dia do seu aniversário.

Quanto à relação do casal, há relatos de violência doméstica registrados em boletins de ocorrência em novembro de 2008 e em março de 2009, e um de ameaça em março de 2013. Ainda assim, Dina nunca levou as denúncias até a esfera judicial. Segundo a mãe de Alex, ultimamente a relação do casal era bastante tranquila. Ela contou à polícia também que quando a nora se mudou para Ferraz de Vasconcelos o próprio Alex ajudou na mudança.

Apartamento já fez mais vítimas

Além de Dina e os quatro filhos, a polícia investiga a morte de Lucas Nascimento, de 23 anos, no dia 3 de junho. Lucas acabara de se mudar com sua mulher Viviane Nascimento, 20 anos, grávida de sete meses na época.

Durante a noite, Viviane foi tomar banho, sentiu tontura e pediu ajuda ao marido, que a levou até a cama. Ela acordou por volta das 3h, sentindo tontura e náuseas, quando percebeu que o marido, deitado ao lado, teria vomitado e já estava morto. Viviane, que foi socorrida pela mãe, perdeu o bebê.

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