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Greve no Metrô acaba se governo aceitar catraca livre, diz sindicato

Para categoria, operação parcial do sistema metroviário é um risco

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Paralisação causou tumulto na manhã desta quinta-feira
Paralisação causou tumulto na manhã desta quinta-feira Werther

Os metroviários voltam ao trabalho se o governo de São Paulo autorizar que não seja cobrada tarifa dos passageiros durante a negociação salarial da categoria, que decretou greve a partir da 0h desta quinta-feira (5). Segundo o presidente do sindicato, Altino Melo Prazeres, a questão será levada a uma nova audiência de conciliação com a companhia, no TRT (Tribunal Regional do Trabalho).

— Se o governo disser a qualquer momento que prefere a liberação da catraca, nós vamos fazer. Nos interessa que haja pressão contra a empresa sem afetar a população. Porém, o governo se nega a fazer isso. Então, a única saída que nos resta é fazer greve.

Desde a manhã de hoje, as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha operam em apenas alguns trechos. A linha 5-Lilás funciona em todo o trajeto entre Capão Redondo e Largo Treze. Na linha 4-Amarela, operada por uma concessionária, a situação é normal.

O presidente do sindicato diz que a operação que o Metrô está fazendo envolve funcionários não habilitados para determinadas situações e que é arriscada.


— São supervisores que eles treinam o ano inteiro para tentar trabalhar no esquema de fura greve. Mas, na verdade, o treinamento é muito curto e os supervisores confessam para a gente que eles não se sentem em condição de operar o trem. E gente da administração, engenheiros, encarregados, alto escalão da empresa que, de uma forma estranha, vão lá na estação trabalhar na bilheteria.

Segundo Prazeres, operadores de trem, agentes de segurança e de estação, e funcionários da manutenção não estão trabalhando. O CCO (Centro de Controle Operacional) do Metrô funciona normalmente.


Alternativas

Quem foi prejudicado pela paralisação recorreu aos trens da CPTM, que adotou um esquema especial. Os ônibus acabaram sendo a principal saída para aqueles que não tiveram como se locomover pelo metrô. Durante toda a manhã, pontos e coletivos estavam cheios.


A SPTrans e a EMTU fizeram modificações, como extensão de linhas até a região central da capital e acionamento do Paese — ônibus emergenciais — para dar conta da demanda.

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Greve e liminar

O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) concedeu uma liminar ao Metrô de São Paulo para que os trabalhadores mantenham 100% do quadro durante os horários de pico e 70% nos demais horários.

A proposta de aumento salarial de 8,7% feita pelo Metrô foi recusada pelos trabalhadores durante assembleia realizada na sede do sindicato, no Tatuapé, zona leste da capital, na noite desta quarta-feira (4).

Segundo o Metrô, caso a liminar não seja cumprida, será aplicada multa diária de R$ 100 mil. No entanto, o sindicato da categoria informou que não cumprirá a determinação da Justiça, pois ainda não foi notificado e não terá tempo hábil para reunir os trabalhadores.

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