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Hospitais têm alta de crianças internadas por doenças respiratórias em São Paulo

Segundo médicos, o fato de as famílias terem ficado isoladas em casa em 2020 e 2021 reduziu a quantidade das crianças que tiveram contato com vírus respiratório

São Paulo|

Hospitais de SP têm alta de crianças internadas por doenças respiratórias
Hospitais de SP têm alta de crianças internadas por doenças respiratórias Hospitais de SP têm alta de crianças internadas por doenças respiratórias

O número de crianças internadas com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) não causada pela Covid-19 tem aumentado em hospitais públicos e particulares do estado de São Paulo nas últimas semanas. A alta tem relação direta com a maior incidência do VSR (vírus sincicial respiratório), contra o qual não há vacina. Segundo médicos, o fato de as famílias terem ficado isoladas em casa em 2020 e 2021 reduziu a quantidade das crianças que tiveram contato com o VSR, o que faz com que os casos se acumulem agora. Esse aumento de doentes sempre ocorre com a proximidade do inverno, dizem os especialistas, mas a tendência ganhou força mais cedo neste ano.

O número de pacientes com o VSR aumentou no Sabará Hospital Infantil, unidade de referência na capital paulista. Até 16 de abril, foram 94 casos positivos para o vírus entre crianças que chegaram ao pronto-socorro — nas últimas quatro semanas, a positividade média foi de 25% das amostras analisadas.

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Felipe Lora, diretor técnico do Sabará, ressalta que o outono traz o crescimento das doenças respiratórias. "Em 2020 e 2021, atipicamente, isso não aconteceu porque, devido à pandemia, houve restrição de circulação, o que fez muitos não se contaminarem. Neste ano, estamos voltando para o padrão sazonal", explica.

Conforme o pediatra, neste início de ano há circulação maior de vários tipos de vírus. "Na semana de 10 a 16 de abril, foram identificados 18 vírus respiratórios em pacientes atendidos no pronto-socorro, sendo que o sincicial respiratório e o rinovírus prevalecem desde o início de fevereiro", continua Lora.

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O VSR causa grande parte das síndromes respiratórias graves. Ele é um dos principais agentes de infecção aguda nas vias respiratórias, o que leva a pessoa contaminada a buscar o serviço de saúde. O vírus atinge brônquios e pulmões, ocasionando doenças como bronquiolite e pneumonia. A SRAG pode ser causada também pelos vírus da Covid-19 e da influenza (gripe comum), mas, para estes, o sistema público de saúde tem vacinas. Para o sincicial, só bebês prematuros ou em risco têm acesso a um imunizante oferecido pelo Ministério da Saúde.

"Os bebês nascidos nesse período (2020 e 2021) terão contato com o sincicial pela primeira vez na vida já com mais de 2 anos, o que não acontecia, pois eles se expunham ao vírus já nos primeiros meses. É um cenário novo, e a gente procura estudar qual será o impacto disso", diz o infectologista Marco Aurélio Sáfadi, professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e também ligado ao Sabará.

A Secretaria da Saúde paulistana diz que, devido à sazonalidade dessas doenças e às alterações nas condições climáticas, é comum aumentarem atendimentos e internações, sobretudo em março, abril e maio. Na quinta-feira (21), a rede municipal tinha 85% de ocupação dos leitos de UTI pediátrica e 83% dos de enfermaria. Desde janeiro, foram registrados 13.726 casos de SRAG em crianças — 8.687 pelo coronavírus e 5.039 causados por outros vírus, entre eles o sincicial. O número de casos está em queda nas três últimas semanas.

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