A Polícia Militar deteve seis jornalistas — quatro repórteres e dois fotógrafos que cobriam a manifestação contra a Copa do Mundo, no centro de São Paulo, na noite de sábado (23). A jornalista do Estado Bárbara Ferreira Santos foi detida e levou um golpe de cassetete de um PM na cabeça. O repórter fotográfico do Estado Evelson de Freitas também foi golpeado por um cassetete na mão.
Sérgio Roxo, de O Globo, foi dominado com uma gravata e jogado ao chão. Paulo Toledo Piza, do G1, também foi detido. O fotógrafo Bruno Santos, do portal Terra, teve o equipamento quebrado por um cassetete e também ficou ferido na manifestação.
Às 20h30, os primeiros jornalistas foram soltos. A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) repudiou a ação, como afirma o presidente da entidade, Celso Schröder.
— Não é possível que a polícia paulista continue a praticar a brutalidade que vem praticando. A polícia não pode decidir o que deve ser divulgado.
Deic faz operação contra ativistas e interroga 40 antes de protesto
o presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), José Roberto de Toledo, também criticou a ação da PM.
— Tentar impedir o trabalho da imprensa é atentar contra o direito da sociedade à informação e, em última análise, contra a democracia.
Protesto
Ao todo 230 pessoas foram detidas no protesto contra Copa do Mundo, que aconteceu no centro de São Paulo, a partir das 17h de sábado (22). Esse foi o maior número de prisões em manifestações. Todos os detidos já foram liberados, segundo a Polícia Civil. O ato, no centro de São Paulo, foi marcado por cenas de vandalismo e confronto entre manifestantes e policiais militares. Ao menos oito pessoas ficaram feridas durante o protesto: cinco policiais, dois manifestantes e um fotógrafo.