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Jovem que morreu no metrô levou “gravata” de segurança, diz testemunha 

Adolescente morreu depois de passar pela catraca da estação Anhangabaú sem pagar

São Paulo|Do R7*, com Agência Estado

Jovem de 17 anos veio a óbito às 9h30 desta terça-feira (2)
Jovem de 17 anos veio a óbito às 9h30 desta terça-feira (2)

Uma das amigas que estavam com Izaque Tomé do Nascimento, o jovem que morreu dentro da estação Sé do Metrô nesta terça-feira (2), afirmou em entrevista ao R7 que a vítima foi golpeada com uma gravata por um dos seguranças da companhia. Lucila Lopes, de 20 anos, acredita que a agressão tenha levado o rapaz à morte.

— Ele foi enforcado. Ele levou uma gravata de um dos seguranças antes de desmaiar.

A Polícia Civil investiga a morte do adolescente de 17 anos, que tem versões contraditórias. O pai disse à polícia que ele foi atingido por um soco por um segurança da companhia, que nega. De acordo com a Companhia do Metropolitano de São Paulo, o rapaz teve um mal súbito após pular a catraca com um grupo aparentemente sob o efeito de drogas.

Lucila conta que estava com outra amiga e quatro meninos no metrô indo em direção à estação Jabaquara. Quando na estação Anhangabaú foram acompanhados por dois seguranças. Ao chegar à estação Sé, Linha 3-Vermelha, o grupo foi surpreendido por mais funcionários.


— Eles estavam esperando a gente lá. Eu e minha amiga tentamos separar a briga e um segurança acertou o pescoço dela. Tem até hematoma.

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Imagens mostram momento em que seguranças do Metrô conversam com jovem que morreu

O pai da vítima, Gilberto Severo do Nascimento, acredita na versão relatada pelos amigos. Segundo ele, a família desconhece que o filho tivesse qualquer doença, inclusive cardíaca.


— Meu filho entrou com vida na estação e depois das agressões de seguranças, presenciadas por outros jovens que estavam com ele, saiu morto de lá.

Nascimento acrescenta que o adolescente passou mal às 8h10, após as agressões físicas. No entanto, só teria sido socorrido às 9h13 e veio a óbito às 9h30, no Pronto-Socorro da Santa Casa da Misericórdia, região central da capital paulista.

Segundo o advogado Ariel de Castro Alves, coordenador estadual do Movimento Nacional de Direitos Humanos, o boletim de ocorrência foi registrado pela companhia sete horas depois da morte.

— Isso é um indicativo de que o Metrô tentou acobertar os fatos.

Ele foi socorrido por funcionários da estação, mas acabou falecendo no Pronto-Socorro da Santa Casa de Misericórdia, na região central da capital paulista.

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano), informou que a versão da agressão foi levantada pelo pai da vítima.

— A gente vai apurar, vai ouvir. Mas não está confirmado nada disso. A outra versão, com testemunhas, é de que o segurança só o segurou pelo braço e ele teve uma convulsão e faleceu. Vou ouvir os dois lados para não cometer nenhuma injustiça.

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O enterro está marcado para esta quinta-feira (3), às 8h, no cemitério da Vila Formosa, zona leste de São Paulo. Nascimento acrescenta que não haverá velório porque a família não tem condições de custear. Ele finaliza que não recebeu nenhum apoio do Metrô nem do governo do Estado.

*Colaborou Plínio Aguiar, estagiário do R7

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