Médico diz que constatou lesão no pé de Gil Rugai, mas que não é possível relacioná-la ao arrombamento
Uma porta foi derrubada a pontapés na casa onde o crime aconteceu
São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7
Durante o depoimento do médico legista Daniel Romero Munhoz, a defesa de Gil Rugai procurou mostrar que não era possível estabelecer uma relação de causalidade entre um chute e a lesão apresentada em um dos pés do réu. O ex-seminarista é acusado de matar a tiros, em março de 2004, o pai Luiz Carlos Rugai, 40 anos, e a mulher dele, Alessandra de Fátima Troitino, 33 anos. A pessoa que assassinou as vítimas teria derrubado a pontapés a porta da sala de TV onde estava Luiz Carlos.
Na época, a perícia concluiu que a marca encontrada na porta arrombada era compatível com o sapato de Rugai que, ao ser submetido pela Justiça a radiografias e ressonância magnética, teria apresentado lesão no pé direito.
No depoimento, Romero confirmou que, ao examinar Gil Rugai naquela ocasião, constatou um edema intraósseo (acúmulo de água dentro do osso) agudo. Significa dizer que a lesão ocorreu poucas semanas antes daquele exame.
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O médico enfatizou que o edema era característico de uma contusão por impacto, mas destacou que não poderia especificar qual seria o tipo de trauma.
— Em medicina, o que fazemos é diagnóstico. Juntamos as partes. Quando se diz compatível, é aquilo mais provável de ter ocorrido.
Quando indagado pelos defensores de Rugai se a literatura médica seria capaz de indicar as lesões típicas de um arrombamento, Romero respondeu que não.
— O que posso afirmar, como médico, é que ele sofreu um impacto.
Já quando questionado, ainda pelos advogados do ex-seminarista, se seria apropriado à perícia acioná-lo na época para que fosse realizada uma avaliação conjunta, tentando estabelecer a relação entre o chute e a lesão, o médico se limitou a dizer que não cabia a ele afirmar se era ou não adequado.
Acusação
Quando ainda era questionado pela acusação, o médico informou que, durante o exame clínico, Gil Rugai afirmou que não havia sofrido trauma – a lesão foi confirmada somente após a ressonância magnética, realizada dias depois dos crimes.
O caso
Quase nove anos depois dos assassinatos, Rugai sentou no banco dos réus nesta segunda-feira (18) para ter seu destino traçado pela Justiça. O ex-seminarista é acusado de ter assassinado o pai Luiz Carlos Rugai, 40 anos, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, 33 anos, na noite de 28 de março de 2004, em Perdizes, zona oeste de São Paulo.
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