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Mizael Bispo nega crime, diz que provas foram forjadas e que tinha “relacionamento aberto” com Mércia

Ele afirmou ainda que foi torturado junto com irmãos por policiais do DHPP

São Paulo|Ana Cláudia Barros e Vanessa Beltrão, do R7

Durante julgamento, Mizael negou que tenha matado Mércia Nakashima
Durante julgamento, Mizael negou que tenha matado Mércia Nakashima Durante julgamento, Mizael negou que tenha matado Mércia Nakashima

Acusado de matar a advogada Mércia Nakashima em maio de 2010, o policial militar reformado Mizael Bispo foi interrogado durante quase duas horas no júri popular na tarde desta quarta-feira (13), no Fórum Criminal de Guarulhos, Grande São Paulo. Demonstrando tranquilidade, ele negou o crime, afirmou ter sido torturado pela polícia e disse que mantinha um relacionamento aberto com Mércia Nakashima.

O réu afirmou que a polícia não queria “um autor do crime, mas um culpado”. Ao ser questionado por um dos advogados de defesa se provas do caso teriam sido forjadas, ele respondeu que “tinha certeza”.

Enfático, afirmou que seu lema era: “Quem deve tem que pagar. Quem não deve tem que se rebelar”. Disse ainda que “ninguém merece prisão. É melhor a morte”.

O PM reformado declarou que nunca matou ninguém, mesmo quando estava na ativa.

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— Não tenho coragem de tirar a vida de ser humano nenhum. Quem tem direito é quem nos deu.

O réu afirmou ainda que nunca pisou na represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, onde o carro e o corpo da vítima foram encontrados em junho de 2010. Durante as investigações do caso, uma alga encontrada na sola do calçado do acusado era compatível com a espécie que se desenvolve na represa. Ele chegou a insinuar que o sapato dele foi levado para o local.

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— Nunca queira ser vítima da polícia porque não é fácil.

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Em outra parte polêmica de seu interrogatório, Mizael afirmou que foi torturado, junto com irmãos, por policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). Segundo o réu, ele e os irmãos foram abordados em um posto de combustíveis e obrigados a ficar deitados, com o rosto voltado para o chão por 15 minutos.

— Ficaram meia hora me pressionando para dizer que eu havia matado Mércia.

Relacionamento aberto

Mizael Bispo afirmou ainda que tinha um “relacionamento aberto” com Mércia. Quando questionado pela defesa, ele afirmou que namorou firme a advogada durante um período, em que nunca a traiu, mas que depois eles passaram a sair com outras pessoas.

— Eu falei para ela [Mércia] que tinha uma namorada na Bahia, que ia casar com essa pessoa. E a partir daquele momento, não ia sair mais [com ela].

De acordo com réu, o namoro terminou em setembro de 2009 — cerca de oito meses antes do crime —, mas eles continuaram se encontrando eventualmente durante um período. Questionado sobre a personalidade de Mércia, o réu disse que a advogada “não era barraqueira” e que ela nunca teve motivos para desconfiar dele durante o relacionamento. Afirmou, também, que nunca desconfiou de nenhuma traição por parte dela.

Mizael contou ainda que Mércia “não era gananciosa” e que, enquanto eles foram sócios, ele sempre depositou dinheiro corretamente na conta dela.

Pouco antes do interrogatório terminar, ao responder a uma pergunta elaborada por um jurado, o acusado disse que foi Mércia quem terminou o namoro com ele. Segundo a versão do PM, em agosto de 2009, ela terminou o namoro pela primeira vez. No dia seguinte, porém, ela voltou atrás, dizendo que "era um homem bom". Cerca de um mês depois, no dia 17 de setembro, Mércia falou chorando que queria terminar de novo. Mizael contou que passou a mão na cabeça dela e pediu para que fosse para casa descansar.

Interrogatório

O acusado começou a ser interrogado por volta das 17h15. Questionado pelo juiz Leandro Jorge Bittencourt se matou a vítima, o réu afirmou que "não". A promotoria e o assistente de acusação abriram mão de fazer perguntas ao policial militar reformado.

Em sua vez de interrogar o réu, o promotor Rodrigo Merli afirmou que "diante das seis versões já apresentadas pelo réu, o Ministério Público não tem perguntas a fazê-lo". 

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A defesa de Mizael, então, começou a fazer os questionamentos para o acusado. O advogado Samir Haddad Jr. pediu para que o policial militar mostrasse o pé e a mão no plenário. Ele falou sobre o acidente em que levou uma descarga elétrica e que o deixou sem um dedo da mão e do pé.

Mizael afirmou que tinha armas em casa, mas negou que andasse com elas. Segundo ele, todas as armas estavam registradas. Ele falou ainda que, apesar do problema que teve na mão, consegue atirar com a mão esquerda "em casos de emergência".

No fim do interrogatório, o juiz Leandro Bittencourt Cano perguntou: "Tudo o que o senhor falou aqui é verdade?" O réu respondeu que era verdade e o julgamento foi encerrado.

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