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Perito diz que assassino precisaria de conhecimento para dar “tiro de conferência”

Ricardo Salada esteve na mansão onde o casal foi morto dias depois do crime

São Paulo|Vanessa Beltrão, do R7

Depoimento de perito foi um dos colhidos pelo júri nesta quarta-feira
Depoimento de perito foi um dos colhidos pelo júri nesta quarta-feira

O perito Ricardo Salada, que trabalhou nas investigações da morte do publicitário Luiz Carlos Rugai, 40 anos, e sua mulher, Alessandra de Fátima Troitino, 33 anos, foi a penúltima testemunha convocada pela defesa a ser ouvida nesta quarta-feira (20).

Em juízo, ele disse que esteve na mansão dias depois do crime. Questionado pela defesa sobre o último tiro efetuado pelo assassino contra a cabeça de Luiz Carlos Rugai, Salada disse que faz de 60 a 80 perícias por mês e que “um tiro de conferência” — aquele disparado com a intenção de ter a certeza de que a vítima está morta — não é muito comum.

Ainda insistindo no assunto, o advogado do réu, Marcello Feller, perguntou se para dar “um tiro de conferência” o assassino precisaria de experiência. O perito se limitou a dizer então que o procedimento “denota conhecimento”.

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Com os questionamentos, os defensores queriam demonstrar que o atirador era uma pessoa mais experiente do que o réu, apesar de os policias terem encontrado, no quarto do acusado, na mesma semana do duplo homicídio, um certificado de curso de tiro e um cartucho 380 deflagrado.


Ainda para tentar ligar os assassinatos com o tráfico de drogas, a defesa questionou ao perito sobre quais crimes que ele participava da investigação teriam relação com entorpecentes. Mais uma vez, Salada se limitou a dizer:

— A maior parte deles.


Desde o início do julgamento, a defesa tenta mostrar que outras linhas de investigação poderiam ter sido cogitadas durante a apuração do duplo homicídio. As insinuações em relação ao tráfico de drogas vieram à tona na última terça-feira (19) durante o depoimento do instrutor de voo de Luiz Carlos Rugai, Alberto Bazai Neto.

Os advogados de Gil Rugai disseram que faltou à polícia e ao Ministério Publico poderiam considerar a possibilidade de os assassinatos relacionados ao tráfico de drogas. Segundo o advogado Thiago Anastácio, o aeródromo de Itu, onde o pai do acusado fazia aulas, era “a principal porta de entrada de cocaína no Brasil”.

Marca na porta

A marca encontrada na porta arrombada que os peritos concluíram que era compatível com o sapato de Gil Rugai foi mais uma prova confrontada no terceiro dia de julgamento. A defesa mostrou uma imagem de um livro em inglês sobre perícias em sapatos.

O objetivo era questionar se poderia ter sido feito uma análise de resíduos no sapato e na porta para realizar a comparação. Salada respondeu que sim, mas que, para fazer isso, a mancha deixada teria que ser bem maior.

Ao ser perguntado, porém, sobre o mesmo assunto pelo promotor Rogério Zagallo, ele disse que em relação ao duplo homicídio não seria possível fazer essa perícia porque a pisada na porta era pequena e que, se fosse o caso, teria sugerido.

Durante o depoimento do perito, o representante do Ministério Público comentou que não estava se sentindo muito bem. Ele teve uma queda de pressão, mas decidiu continuar com as perguntas.

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