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Polícia não tem dúvidas que mãe matou as filhas adolescentes em SP

Inquérito que aponta autoria de Mary Vieira Knorr pode ser concluído ainda hoje

São Paulo|Thiago de Araújo, do R7

Paola e Giovanna foram mortas pela mãe, segundo a polícia
Paola e Giovanna foram mortas pela mãe, segundo a polícia

Mary Vieira Knorr, de 53 anos, deverá ser apontada pela polícia como a responsável pelas mortes das duas filhas, Paola Knorr Victorazzo, de 13 anos, e Giovanna Knorr Victorazzo, de 14, no último fim de semana no Butantã, zona oeste de São Paulo. A informação foi prestada ao R7 pelo delegado-titular do 14º Distrito Policial, Gilmar Contrera. O inquérito com as conclusões da polícia pode ser finalizado ainda nesta sexta-feira (20).

Mesmo sem alguns laudos importantes, como o toxicológico, o da cena do crime, o referente aos sigilos telefônicos e outros com a análise dos computadores nas vítimas, a investigação vê elementos suficientes para apontar Mary como a única responsável pelos assassinatos das filhas, na casa da família. No local ainda foi encontrado um cachorro, morto com um saco plástico na cabeça.

— Desde o início tudo leva a crer que foi ela (Mary) quem matou as meninas.

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A polícia já ouviu uma dezena de pessoas entre bombeiros e policiais que atenderam a ocorrência, vizinhos, amigos e familiares das vítimas. A delegada Lethicia Faria Fadel vem conduzindo grande parte dos trabalhos de investigação, que ainda não conta com o depoimento de Mary. Pelo menos uma tentativa foi feita por ela, em visita ao HU (Hospital Universitário) da USP, nesta semana. Contudo, a mãe das jovens não estava em condições de ser ouvida.


Uma última tentativa de tomar o depoimento da mãe das vítimas será feita na tarde desta sexta.

— Se ela fosse ouvida e confessasse o crime, o desfecho seria mais tranquilo. Sem essa possibilidade, a gente tem que se certificar de outras provas para poder embasar a nossa opinião desde o início, de que foi ela que matou. É o que estamos fazendo nesse momento.


Contrera não vê problemas na conclusão do inquérito, o qual deve ser remetido na próxima segunda-feira (23) ao Fórum Criminal da Barra Funda. Lá estará disponível ao Ministério Público, que já acompanha o caso e posteriormente definirá se denuncia ou não a mãe das adolescentes.

Já os laudos deverão ser anexados em até 30 dias, de acordo com a polícia. Os investigadores acreditam que a perícia apenas vai definir a causa da morte e ajudará a definir a sequência de fatos que levaram Mary a matar as duas filhas.

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A vida pregressa de Mary, os processos aos quais ela responde na Justiça e uma dívida de R$ 200 mil deverão compor o documento final da polícia. O delegado, contudo, evitou em adiantar qual será a motivação para os crimes que o inquérito irá apontar.

Contrera evitou falar também em outras possíveis linhas de investigação, uma vez que as provas até aqui só levam a uma única direção: a mãe das vítimas.

Mãe das jovens passa por avaliação psiquiátrica

Em entrevista ao R7, o advogado Lindemberg Pessoa de Assis, que defende Mary Knorr, viu com naturalidade a conclusão do inquérito já vislumbrada pela polícia. Ele confirmou que a polícia ainda não conseguiu tomar o depoimento da sua cliente, mas revelou que um psiquiatra do HU a avaliou na manhã desta sexta-feira.

— A única novidade é o exame psiquiátrico pelo qual a Mary passou. Agora vamos aguardar quando o psiquiatra vai remeter o laudo para a autoridade policial. Acredito que ele faça isso até segunda-feira.

Assis afirmou ainda que a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, aceita pela Justiça com conhecimento da polícia e da Promotoria, é um procedimento normal. Nem a conclusão do inquérito, tampouco essa alteração técnica da prisão de Mary, muda o caso para a defesa dela.

— Isso é livre convencimento da autoridade policial. Não existe contraditório na fase de inquérito policial, então temos que aguardar o que será definido. Não existe deferência do Ministério Público ou minha como defensor nessa fase. Veremos mais adiante as provas testemunhais e técnicas.

O advogado também não vê uma possível pressa da polícia em concluir as investigações, sem ventilar outras linhas de investigação.

— Não é que está indo mais rápido. É que você não tem nenhuma testemunha presencial que dirá que foi ou não foi a Mary. Portanto, ele vai rápido porque não tem a prova testemunhal, ele tem a prova técnica, ou seja, a perícia ou o psiquiatra que dirá qual é o quadro da Mary. Por isso que foi tão rápido.

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