Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Policial do Choque sugere que tropa não foi autorizada a impedir ação de vândalos em protesto

"Nos seguraram lá", comentou PM ouvido pelo R7 em meio à destruição no centro

São Paulo|Thiago de Araújo, do R7

Cerca de 30 lojas foram depredadas ou saqueadas na terça-feira (18)
Cerca de 30 lojas foram depredadas ou saqueadas na terça-feira (18) Cerca de 30 lojas foram depredadas ou saqueadas na terça-feira (18) (DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO)

A Tropa de Choque da PM (Polícia Militar) levou mais de duas horas para chegar ao centro de São Paulo para coibir a violência e depredação que tomou conta do entorno da sede da prefeitura da capital, na noite desta terça-feira (18), durante o quinto protesto contra o aumento da tarifa do transporte coletivo da cidade. Se entre 19h30 e 20h o clima em frente à sede do governo municipal já era tenso e registrava incidentes de violência e vandalismo, a situação apenas piorou nas duas horas seguintes. Um carro de transmissão da TV Record foi incendiado por manifestantes mais exaltados que tomaram conta do local.

A reportagem do R7 foi uma das poucas a permanecer em meio ao caos que tomou conta da região entre a praça do Patriarca e o viaduto do Chá, presenciando momentos de pura selvageria. Já passavam das 22h quando quatro veículos da Tropa de Choque pararam em frente ao Theatro Municipal, na praça Ramos de Azevedo, do outro lado do viaduto, para iniciarem o trabalho de dispersão e retirada dos vândalos que ainda permaneciam na área.

Um dos policiais do Choque envolvidos na operação, em conversa com um colega, deu a entender que o grupamento policial poderia ter sido acionando muito antes, impedindo que a destruição tivesse tomado tamanha proporção. O trecho a seguir for testemunhado e filmado pela reportagem do R7.

— Bem pacífico, né? E os caras nos seguram lá.

Publicidade

Polícia Civil identifica homem que depredou prédio da prefeitura durante protesto

Procurada, a assessoria de imprensa da PM não atendeu às ligações da reportagem. Assim, não foi possível esclarecer as razões que impediram a corporação de agir mais rapidamente, diante da grande destruição na região — e apesar da presença de um helicóptero da PM monitorando toda a movimentação.

Publicidade

Mais cedo, ainda na praça da Sé, onde a manifestação realizou a sua concentração, por volta das 17h, o coronel Leonardo Torres Ribeiro, que dirige o CPC (Comando de Policiamento da Capital) afirmou que uma divisão do protesto em várias frentes, como fora registrado já na segunda-feira (17), "facilitaria o trabalho da PM", e que o efetivo não seria problema.

Guarda Municipal, bombeiros e agentes fazem o que podem

Publicidade

Se o Choque demorou a aparecer, outras corporações puderam ser vistas ao longo de toda a manifestação violenta nos arredores da Prefeitura de São Paulo. Ainda quando a aglomeração era grande, agentes da Guarda Civil Municipal conseguiram impedir a invasão do prédio da prefeitura municipal, em pelo menos duas oportunidades, pela entrada principal, no viaduto do Chá, e mais tarde por uma porta lateral, na rua Doutor Falcão.

Quando o carro da TV Record e um posto da PM foram depredados e incendiados, o Corpo de Bombeiros foi acionado, atendendo ambas as ocorrências e se retirando minutos depois, tão logo tivesse concluído o seu trabalho. A reportagem questionou um agente da corporação sobre a ausência da PM na área, mas ele não soube responder. Os bombeiros ainda apagariam um princípio de incêndio em uma agência do banco Itaú, totalmente destruída pelos vândalos, e que poderia atingir o prédio ao lado, um hotel que foi invadido por famílias sem-teto.

O grau de violência estava fora de controle quando um grupo reduzido de policiais militares, que atuam geralmente no centro da capital, tentou reprimir os manifestantes e contou com o apoio de algumas poucas viaturas da Força Tática. No entanto, o esforço foi insuficiente para afugentar as pessoas que levaram a destruição até a praça do Patriarca, promovendo uma série de saques em lojas nas ruas Direita, São Bento e Quitanda.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.