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Policial que prendeu ambulante é casado com mulher que fez reconhecimento

Boletins de Ocorrência foram registrados na delegacia em que o marido da vítima trabalha

São Paulo|Do R7*

Família diz que Wilson vende balas desde seis anos de idade
Família diz que Wilson vende balas desde seis anos de idade Família diz que Wilson vende balas desde seis anos de idade

O policial civil que abordou o ambulante Wilson Alberto Rosa, de 32 anos, no dia 13 de janeiro, na zona sul da capital, é marido da vítima, que foi assaltada em agosto passado na região e que, cinco meses depois, fez o reconhecimento do ambulante.

A família do vendedor afirma que ele trabalhava havia três anos no mesmo local e que foi preso injustamente.

Segundo Washington Moraes, que trabalhava com Wilson no cruzamento da Avenida Ibirapuera com Avenida República do Líbano no dia do ocorrido, era o investigador Correia o homem armado que se identificou como policial civil, colocou os dois ambulantes de joelhos e algemou-os em uma grade.

Apesar de o local da detenção de Wilson estar sob a jurisdição do 27º DP (Campo Belo), o boletim de ocorrência que narra a prisão do vendedor foi registrado no mesmo DP em que Correia Filho é lotado, a cerca de 20 quilômetros do local da abordagem.

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O B.O. anterior, referente ao roubo que a vítima sofreu, registrado em 10 de agosto de 2016, também foi feito no 100º DP.

Ambos os registros foram feitos delegado Alfredo Pinto Souza.

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Washington conta que, depois de ele e Wilson serem algemados, o policial tentou conduzi-los ao seu carro particular. Mas como os ambulantes se recusaram a ir, Correia então fotografou os dois. O policial teria enviado as fotos em grupos de WhatsApp, liberado Washington e levado Wilson para o 100º DP, onde ele atua como investigador, e onde sua esposa fez o reconhecimento formal, afirmando que o ambulante seria o homem que lhe roubou um celular e um tablet em agosto do ano passado.

A reportagem entrou em contato com o investigador Correia, que afirmou que “não pode passar informações por telefone” e “não está autorizado a falar de nenhum caso”.

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Os dois Boletins de Ocorrência sobre o caso — o primeiro em 10 de agosto de 2016, quando a mulher do policial foi roubada; e o segundo em 13 de janeiro de 2017, da prisão de Wilson — foram registrados pelo delegado Alfredo Pinto Souza, do mesmo DP que Correia. Na quinta-feira (19/1), Wilson foi transferido para o CDP (Centro de Detenção Provisória) Guarulhos II.

“Se o cara rouba, como disseram que ele roubou seis meses atrás, claro que ele não ficaria trabalhando por todo esse tempo no mesmo lugar”, afirma Larissa Mariana, 25 anos, amiga de Wilson. O vendedor ambulante não tem nenhum antecedente criminal.

Em nota, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) afirmou que Wilson “foi algemado enquanto aguardava a chegada da viatura, mas não foi preso à grade da avenida”, e que o ambulante foi encaminhado à carceragem do 77º DP. Questionada pela reportagem diversas vezes desde a terça-feira passada (17), a pasta não confirmou a identidade do homem que abordou Wilson e sequer se ele realmente era um policial civil.

*Com colaboração de Kaique Dalapola, estagiário do R7

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