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População de SP teve que racionar água pelo menos três vezes nos últimos 15 anos

Cantareira já estava em estado de atenção em 2003 por ter atingido menos de 30% do potencial  

São Paulo|Amanda Mont'Alvão Veloso, do R7

Em 1969, São Paulo teve um racionamento de água por mais de dois meses, e as autoridades espalharam anúncios como o da imagem
Em 1969, São Paulo teve um racionamento de água por mais de dois meses, e as autoridades espalharam anúncios como o da imagem

Nos últimos 20 anos, a população do Estado de São Paulo passou por pelo menos três racionamentos nos sistemas Guarapiranga e Alto Cotia, que atendem as regiões sul e oeste da capital e os municípios de Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Cotia e Vargem Grande Paulista.

O reservatório mais atingido pelos racionamentos foi o Alto Cotia, que teve o uso da água limitado em junho de 2000, em abril de 2001 e em outubro de 2003, de acordo com o portal do Governo do Estado de São Paulo.

Já o Guarapiranga teve racionamento apenas em 2000. Por três meses, mais de 3 milhões de paulistanos tiveram fornecimento limitado de água. Naquele ano, as casas eram abastecidas por dois dias e, no terceiro, ficavam sem água.

Em abril do ano seguinte, mais de 300 mil moradores da Grande São Paulo abastecidos pelo Alto Cotia passaram por um novo racionamento, provocado pela falta de chuvas e pelo esvaziamento do volume de água das represas da Graça e Pedro Beicht, que formam o sistema. O esquema definido pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) na época previa fornecimento de água durante 40 horas e interrupção por 32 horas.


Em outubro de 2003, mais uma medida de racionamento precisou ser aplicada ao Alto Cotia, que operava com o menor índice de armazenamento (25,8%) desde sua criação, em 1916.

As cidades atingidas foram divididas em dois grupos, que se revezavam no recebimento de água. Eram 36 horas de abastecimento e o mesmo período sem.


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O Sistema Cantareira, que abastece quase 9 milhões de pessoas na capital e na região metropolitana, já estava em estado de atenção naquele ano, por funcionar com menos de 30% de seu potencial. Para se ter uma ideia, esse sistema opera hoje com apenas 14,3% de sua capacidade de armazenagem — o menor índice da história. A Sabesp, porém, não fala em racionamento nesse reservatório.

Em 31 de dezembro do ano passado, o Cantareira já operava com menos de 30% de sua capacidade (27,3%), o que já era motivo para a Sabesp “ter soado o alarme”, avalia o ex-deputado estadual Nivaldo Santana e funcionário licenciado da companhia.

— No fim do ano passado, a situação do Cantareira já estava crítica, mas o governo e a Sabesp não adotaram o racionamento. Chegamos a um patamar em que a demanda superou a oferta e é preciso equilibrar o consumo com a demanda.

Santana, que por nove anos presidiu o Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo), acrescenta que a Sabesp só está fazendo campanha de redução da água agora, “quando a situação está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva)”.

A empresa estendeu, até dezembro, o desconto na conta para quem economizar água. Até o fechamento desta reportagem, a Sabesp não se posicionou sobre os racionamentos.

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