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Presidente da CPI acredita que Sabesp não tem condições de fornecer água para SP

Vereador destacou falta de planejamento e investimento da companhia

São Paulo|Sylvia Albuquerque, do R7

Benko disse temer que Sabesp não cumpra contrato com o governo do Estado
Benko disse temer que Sabesp não cumpra contrato com o governo do Estado

O vereador Laércio Benko (PHS), presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), disse temer que a empresa não consiga fornecer água no período dos próximos dez anos, duração do contrato com o governo do Estado de São Paulo.

Segundo Benko, a empresa não investiu o suficiente para se preparar para o período sem chuvas que foi previsto.

— Não houve os investimentos necessários por parte da Sabesp. Hoje temos 30% de desperdício através de furtos e vazamentos. Se tivéssemos diminuído em 20% nos últimos dez anos, tínhamos mais água. Há muito tempo se tira do Cantareira mais que ele pode repor. Eu temo que a Sabesp não tenha capacidade de fornecer água para os próximos quatro anos, quem dirá os dez que ainda tem de contrato com o governo. 

Benko fez relações com a falta de investimento e a falta de previsão de chuvas para os próximos anos. A presidente da Sabesp, Dilma Pena, foi ouvida duas vezes em sessões da CPI e rebateu as críticas. 


— A Sabesp tem trabalhado 24 horas por dia para garantir água em todo o Estado de São Paulo e não estamos sentados esperando a chuva cair, estamos trabalhando muito. 

A comissão, em sessão de quarta-feira (15), questionou sobre o envio de 25% do lucro da empresa aos acionistas, tratando-se de uma fase de crise, em que o dinheiro poderia ser usado para investir em obras. 


— A Sabesp não está construindo novos reservatórios, não muda a postura em relação ao disperdício. Não tem planejamento. 

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Nos dois dias em que foi ouvida na CPI, Dilma negou racionamento de água em algumas cidades, incluindo bairros nobres da capital, conforme constantemente é denunciado na imprensa. Ela voltou a dizer que a companhia tem feito uma diminuição da pressão noturna da água, o que pode prejudicar o abastecimento em algumas regiões. 

— Eu garanto que não existe racionamento. Nenhum bairro de São Paulo fica sem água por mais de 12 horas. A periferia sofre mais por não ter armazenamento, mas controlamos isso 24 horas por dia.

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A CPI da Sabesp foi instalada no mês passado pela base aliada do prefeito Fernando Haddad (PT) para investigar o contrato da prefeitura com a empresa celebrado em 2010 na gestão Gilberto Kassab (PSD) e os casos de cortes no abastecimento de água na cidade pela Sabesp. Aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB) apontam uso eleitoreiro da CPI e a Sabesp nega que haja racionamento de água na cidade. 

A comissão informou que reúne documentos e vai convidar ainda executivos da empresa, membros da Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e ANA (Agência Nacional de Água) e também o ex-governador de São Paulo, José Serra. 

Vazamento de áudio

A sessão desta quarta-feira foi usada para troca de acusações após o vazamento de um áudio em que o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) chamou o vereador José Police Neto (PSD) de “vagabundo” e disse que a CPI não tem a menor consequência. Dilma Pena, presidente da Sabesp que prestou depoimento no dia 8, declarou que a comissão era “teatrinho” e que não daria em nada. A conversa ocorreu antes de Dilma começar a ser ouvida e o áudio vazou.

Neto se pronunciou logo no início da sessão e afirmou que irá processar Dilma e Matarazzo. 

— Minha filha me perguntou hoje de manhã se sou muito sem vergonha. Secretária Dilma, a senhora é muito sem-vergonha? Ministro Andrea, o senhor é vagabundo? Tenho certeza que não, que a senhora tem caráter, mas infelizmente a fala de vocês dois é arma dos fracos e não comporta desculpa. O que me trouxe a esta Casa foi minha educação. Jamais passei nos meus 42 anos um momento tão constrangedor.

A TV Câmara fazia uns ajustes no áudio antes da sessão começar e a conversa entre a executiva e Matarazzo acabou sendo gravada. A presidente também falou sobre o que aconteceu e afirmou que foi um comentário "infeliz". 

— Estou pessoalmente bastante constrangida. Sempre defendi a ética na política pública e resultados para sociedade. A conversa que tive particular e fora do período institucional desta Casa com um amigo de longa data me constrange profundamente. Foi um comentário infeliz. Em nenhum momento eu quis ou tive a intenção de macular a missão desta Casa e muito menos a pessoa institucional e pessoal de cada um, manifesto aqui o meu constrangimento com essa matéria. 

Por meio de nota, o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) afirma que está indignado com gravações e vazamentos de conversas privadas. De acordo com o político, a conversa travada entre ele e a presidente da Sabesp se trata de um trecho de um diálogo particular.

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