Sistema Cantareira corre risco de secar, mostra estudo
Autorização para aumento de produção desconsiderou períodos históricos de pouca chuva
São Paulo|Do R7
O aumento do volume máximo de água produzido pelo Sistema Cantareira — que abastece 47% da Grande São Paulo —, a partir de 2004, agravou a situação de esvaziamento de represas, até chegar a um atípico verão sem chuva. Criados em 1974, os reservatórios do Cantareira chegaram ao pior nível (20,3% da capacidade) neste mês.
Um estudo feito pelo especialista em hidrologia Antônio Carlos Zuffo, professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), indica que o aumento de produção do sistema desconsiderou períodos históricos de pouca chuva. O Cantareira começou a ser construído com base em um período de poucas precipitações — que durou de 1935 a 1969.
Nas duas décadas seguintes, no entanto, o volume de precipitações aumentou e a vazão subiu até 30%.
— Com base nesse período de mais chuva, quando foi renovada a outorga, em 2004, elevou-se a capacidade de produção do Cantareira, porque viram que ele chegou a fornecer até 7.000 litros de água por segundo a mais.
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Oficialmente, a partir de 2004 a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que opera o sistema, recebeu da ANA (Agência Nacional de Águas) e do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) autorização para aumentar o volume de produção de 33 mil litros de água por segundo para 36 mil litros.