Mariana acredita que os exercícios de fortalecimento de assoalho pélvico a ajudaram a ter parto normal na segunda gravidez
Reprodução/ InstagramMãe de dois meninos, a jornalista e apresentadora Mariana Ferrão tem duas histórias bem diferentes para contar sobre seus partos, e acredita que a principal diferença entre os dois foi ter informação e atendimento especializado. Com a ajuda de uma fisioterapeuta, ela fortaleceu a musculatura do assoalho pélvico, que a ajudou a ter o tão sonhado parto normal, três anos após uma experiência traumatizante. Desde o início da primeira gravidez, em 2013, ela optou pelo parto normal e se preparou para isso, já que era praticante de atividade física, incluindo a yoga. Mas o que era para ser um sonho todo programado acabou virando um pesadelo.
— A bolsa estourou de madrugada e liguei para o meu médico antes de ir para o hospital. Fiquei na sala de pré-parto fazendo exames e exercícios com a bola, e nada do meu médico.
Com a troca turno das enfermeiras, uma delas disse à Mariana que gostaria de fazer o exame de toque novamente porque não confiava no procedimento realizado pela colega de trabalho. Sem saber que isso seria um problema, a apresentadora concordou.
— Eu deixei, claro. Uma hora depois, o meu médico me ligou dando bronca dizendo que eu era louca de ter deixado a enfermeira fazer o exame porque aumentaria o risco de infecção. Eu fiquei em choque com isso porque era ele quem deveria estar do meu lado para falar o que fazer ou não.
Mariana ainda conta que pouco tempo depois o médico chegou e pediu que preparassem os procedimentos para o parto cesariana, que era justamente o que ela não queria. Porém, o profissional alegou que ela não tinha dilatação suficiente e só realizou o parto às 12h porque não havia sala disponível até então.
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De acordo com a apresentadora, dez dias depois de o bebê nascer, ela se levantou e o corte da cesárea abriu. Com muita dor, ela ligou para o médico para ser atendida naquele dia e levou mais um desaforo.
— Ele reclamou o porque era sábado e teria que arranjar alguém para abrir a porta do consultório. Eu queria ser menos educada nessa hora, mas consegui convencê-lo a ir. Quando cheguei no consultório, ele falou “você está chorando por causa disso? ”. Ele tirava o pus da cicatriz com os dedos e eu urrava de dor. Depois fui ao banheiro e olhei meu corpo pela primeira vez depois da cesárea, com a cicatriz. Era a primeira vez que eu me via diferente do que era antes. Chorei muito porque o sonho que tinha havia terminado de um jeito que eu não esperava.
Mariana também conta que mesmo sem ter tido parto normal, teve escape de xixi. Ela chegou a brigar novamente com o médico, que sugeriu que ela estivava com depressão pós-parto devido ao nervosismo.
— Ele era meu ginecologista há mais de dez anos. É claro que não voltei mais lá depois disso.
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Reprodução/ InstagramDois anos e meio depois, Mariana conta que conheceu a fisioterapeuta e sexóloga especializada em assoalho pélvico Mirca Ocanhas. Segundo ela, esse contato não permitiu que a história traumática se repetisse.
Mariana começou a fazer os exercícios para fortalecimento do assoalho pélvico duas vezes por semana até cinco meses depois do nascimento do bebê. A fisioterapeuta também a acompanhou no trabalho de parto.
— Quando o bebê nasceu, consegui ter parto normal. O trabalho de parto durou duas horas porque eu só fui para o hospital quando já estava com 7cm de dilatação. Ter informação mudou tudo.
Segundo Mirca, o assoalho pélvico é um conjunto de músculos que formam uma rede de sustentação e está localizado em o osso púbis e o cóccix. Esse músculo faz a sustentação dos órgãos da cavidade pélvica (bexiga, órgãos sexuais, reto etc).
— É como se fosse o chão que segura todos os nossos órgãos. E, como qualquer músculo, ele deve ser fortalecido. Se não, a pessoa pode apresentar diversos problemas, como incontinência urinária ou fecal, entre tantos outros.
Ainda de acordo com a especialista, no caso das grávidas, o fortalecimento do assoalho pélvico é ainda mais indicado porque facilita na hora do parto e previne a incontinência urinária.
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