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Sem registro, médicos cubanos dizem que foram bem-vindos por mineiros

Profissionais explicam que princípio da formação em Cuba é "ajudar povos carentes do mundo"

Saúde|Márcia Costanti, do R7

Luísa e Natacha chegaram há cerca de um mês ao País
Luísa e Natacha chegaram há cerca de um mês ao País

Na próxima segunda-feira (23), 26 cubanos começam a trabalhar em 21 cidades do interior de Minas Gerais pelo programa Mais Médicos. Mesmo com as críticas e incertezas que cercam o projeto, os estrangeiros parecem não se assustar. Entre eles, o discurso é o mesmo: vieram prestar atenção médica à população carente e pretendem contribuir para a melhoria nos índices de saúde pública no País. 

O pensamento faz parte da formação que recebem em Cuba, como explica a médica especialista em Medicina Geral Integral, Natacha Romero Sanchez, 44. Há 21anos, ela concluía a faculdade na Universidade de Pinar del Rio e hoje se diz “orgulhosa” ao colocar em prática o que aprendeu durante os anos de estudo: dar atenção médica aos povos carentes. Ela vai atuar na cidade de Barão de Cocais, na região central do Estado.

A saudade de casa e do filho de 21 anos, que seguiu os passos da mãe e está no 3º ano de medicina, são minimizadas pelo sentimento de que servirá de exemplo para futuros médicos como ele.

— Toda a minha família está muito contente e orgulhosa porque estou ajudando a melhorar a saúde de um povo irmão. Quero que meu filho venha ver o trabalho, porque é muito bom para formação dele.


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Assim como Natacha, Luisa Balbina Diegues Perez, 48 anos, deixou o filho de 16 anos em Cuba para vir trabalhar no Brasil: o destino será São João das Missões, no norte de Minas. Casada, diariamente, ela escreve para a família contando suas experiências no País que será sua casa pelos próximos três anos. A cubana ressalta que a chegada foi muito “acolhedora”, mas se entristece pelo fato de que nem todos os colegas foram bem-vindos.

— Alguns colegas que desceram em Fortaleza foram maltratados, mas nós não, todos foram muito acolhedores.


Por outro lado, a profissional alega que os dois países são parecidos em diversos aspectos. Além das semelhanças físicas, cubanos e brasileiros são 'engraçados e carinhosos'. Sobre sua atuação, ela afirma que quer dar “amor e solidariedade" a quem precisa.

Sem medo de enfrentar as barreiras impostas pelo idioma, Luísa acredita que o português não será empecilho. Confiante, ela alega que teve tempo para conhecer como funciona o sistema de saúde pública no Brasil.

— Não estamos aqui para mudar nada, somente ajudar a melhorar os indicadores de saúde.

Impasse

Semelhante ao que acontece em outros Estados, os médicos estrangeiros que desembarcaram em Minas Gerais ainda não têm o registro provisório que deveria ser emitido pelo CRM-MG (Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais). Recentemente, o presidente da entidade, João Batista Soares, alegou que pretende negar o documento àqueles profissionais que não tiverem passado pelo exame de revalidação do diploma.

A assessoria de imprensa do Mais Médicos no Estado alegou que o Ministério da Saúde já repassou a documentação para protocolar o pedido do registro junto ao CRM-MG, O prazo previsto para retorno é de 15 dias e expira nesta sexta-feira (20).

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