Arqueólogos encontram restos humanos de 800 anos no Peru
Material foi localizado acidentalmente durante escavações feitas por uma empresa de gás no sul de Lima, capital do país
Tecnologia e Ciência|Do R7
Os restos mortais de oito pessoas, com aproximadamente 800 anos de idade e enterrados com alimentos e instrumentos musicais em uma mesma câmara funerária, foram encontrados ao sul de Lima, no Peru, durante a instalação de dutos de gás natural, informou nesta quarta-feira (22) uma pesquisadora.
"Encontramos os restos de oito habitantes do povo de Chilca, de 800 anos de idade, enterrados como fardos funerários", disse à AFP Cecilia Camargo, arqueóloga contratada pela empresa de distribuição de gás natural Cálidda.
Os oito fardos de adultos e crianças estavam envolvidos com cordas vegetais e tecidos de cor marrom, sepultados no que seria parte de um cemitério pré-hispânico. Em volta dos fardos havia oferendas de alimentos e instrumentos musicais de sopro, como conchas de moluscos, pratos de comida com diversos tipos de milho, e dois tipos de flauta.
"Alguns dos corpos tinham conchas na cabeça e 'chuspas', pequenas bolsas em que se guarda cal para o 'chacchado' (mastigar) da folha de coca", relatou Camargo. "É uma sepultura bem elaborada. É uma descoberta importante que nos dá mais informações sobre a história pré-hispânica de Chilca".
Os especialistas acreditam que esses corpos faziam parte de um cemitério pré-hispânico em Chilca, uma localidade litorânea situada 60 quilômetros ao sul da capital Lima. A descoberta foi apresentada nesta quarta, mas ocorreu há cerca de uma semana, quando funcionários da empresa de gás instalavam tubulações nas ruas de Chilca.
Esta não é a primeira vez que fardos funerários são descobertos em Chilca. Em 2018, a mesma empresa Cálidda encontrou 30 fardos em duas câmaras funerárias.
A lei peruana determina que as empresas que realizam escavações, como a Cálidda, contem com serviços de arqueólogos, pois são frequentes as descobertas de vestígios pré-colombianos no subsolo da costa peruana.
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De acordo com as pesquisas acadêmicas, em Chilca se instalaram os primeiros habitantes desta parte da costa peruana. Em 1960, foram encontrados restos de 3.750 anos, como sepulturas e cabanas que formavam uma aldeia, com paredes de junco e cobertas com esteiras e grama.
Os fardos funerários e utensílios encontrados serão entregues ao Ministério da Cultura, que determinará onde ficarão expostos.