Um programa de pesquisa brasileiro pretende capturar moléculas de CO₂ e transformá-las em etanol, material plástico e uma variedade de outros produtos para a indústria. A ação pode, inclusive, ajudar o Brasil a alcançar as metas de redução da emissão de gases de efeito estufa estipuladas no Acordo de Paris.
O programa CCU (sigla em inglês para Captura e Utilização de Carbono), financiado por instituições públicas e privadas, tem como objetivo fabricar produtos a partir do uso de CO₂ e assim ajudar não só o meio ambiente do Brasil mas também a economia nacional.
A coordenadora do programa e professora do Instituto de Química da USP (Universidade de São Paulo), Liane Rossi, destacou que o etanol, popularmente utilizado no Brasil como combustível para carros, tem enorme potencial para a fabricação de uma série de produtos.
“O etanol, além de ser um combustível, pode ser usado para produzir intermediários importantes para a indústria de polímeros [fabricação de plásticos]. Além disso, vamos focar o conceito de biorrefinaria, visando ao uso de CO₂ na produção de bioplásticos.”
Cerca de 50 cientistas de diversas universidades e centros de pesquisas vão participar do projeto, que busca entender as melhores formas para a utilização das moléculas de CO₂.
"Quando começamos a discutir o programa, nossa intenção era fazer algo que pudesse ser importante para o fortalecimento da economia brasileira. O Brasil já tem uma posição consolidada na produção de etanol como combustível. Então surgiu a proposta de aproveitar as emissões de CO₂ para produzir mais etanol, além de buscar aumentar o valor agregado ao produzir materiais derivados do etanol obtido do CO₂", concluiu Rossi.
A primeira usina europeia de captura de dióxido de carbono (CO2) começará a operar na Escócia em 2026 *Estagiária do R7 sob supevisão de Pablo Marques