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Após pedir em semáforo, advogado ganha emprego e pós-graduação 

Imagem de piauiense estendendo uma faixa em avenida de Brasília viralizou e, após uma semana, ele conseguiu um emprego e um curso

Brasil|Eugenio Goussinsky, do R7

Imagem de Wítalo ultrapassou as fronteiras do País
Imagem de Wítalo ultrapassou as fronteiras do País Imagem de Wítalo ultrapassou as fronteiras do País

Recém-empregado, o jovem Wítalo de Souza Cruz, de 26 anos, se tornou celebridade nas redes sociais pela forma com que foi contratado, na última semana, para o cargo de assistente jurídico de uma incorporadora em Brasília (DF).

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Ele despertou atenção ao se postar, de terno e gravata, na W3 Norte, ao lado de um semáforo em Brasília, com um cartaz em que pedia um emprego. Fornecia inclusive o seu número de celular.

A imagem viralizou e, sensibilizados, os diretores da empresa o chamaram. Ele começou a trabalhar, como assitente jurídico na BP Incorporadora, no início da última semana. Tudo aconteceu muito rápido, mostrando a força das redes sociais. Sete dias após tomar a iniciativa, ele arranjou um emprego.

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Formado em Direito desde dezembro de 2016 e tendo recebido a certificação da OAB em fevereiro de 2017, ele trabalhava como comissionado no governo do Distrito Federal até janeiro último, quando foi demitido com a entrada do novo governo.

Cruz nasceu na bela e pequena Cristino Castro (PI). Sem parentes na cidade grande, já que seus pais e sua irmã ficaram no Nordeste, passou a procurar emprego e, sem uma resposta positiva, chegou a se desesperar. "As contas começaram a se acumular."

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Chamando a atenção

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Foi quando, apoiado por sua namorada e pelos pais dela, tomou a decisão inusitada.

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"Até que chegou um momento em que não deu para aguentar mais. Logicamente, sem trabalho, tive então de fazer essa faixa, na qual eu solicitava emprego, fui para a frente do shopping que ficava na avenida W3 Norte," conta.

Sua iniciativa chamou a atenção dos que passavam.

"E lá o pessoal ia passando, fiquei ao lado do semáforo, e as pessoas iam tirando fotos e publicando nas redes sociais e foi daí que veio essa repercussão. Não esperava que iria repercutir dessa forma, nunca imaginei, pensava que ia ficar só no DF, mas ultrapassou fronteiras, chegou ao Brasil todo e inclusive fora do país, na Bélgica por exemplo. As pessoas me desejavam sorte."

Ele também ganhou um curso de pós-graduação da Escola da Magistratura do DF. Supreso com todas as suas conquistas, o advogado garante que não irá perder a oportunidade.

"A importância desta pós-graduação é a qualificação para o mercado de trabalho, até porque a gente não pode parar de buscar conhecimento, de crescer intelectualmente. Não esperava, nunca imaginei que iria ganhar um curso de pós e nem passava pela minha cabeça quando me coloquei com a faixa."

Só no horário do almoço

Cruz faz uma reflexão de sua iniciativa, em meio a um País que tem de lidar com altos índices de desemprego.

"Na verdade desejo que o Brasil seja o país das oportunidades, que se desenvolva melhor para que a situação dos desempregados despareça." 

Ele se considera mais um entre muitos brasileiros com esse problema, que passam o tempo inteiro buscando alguma solução.

"O que eu fiz foi uma coisa que me veio à cabeça, realmente um momento de muita dificuldade e desespero; o brasileiro em si é muito criativo, as pessoas sempre têm ideias para arrumar algo diferente, me veio isso à mente, pode ser que outras pessoas façam de outra forma para chamar a atenção. Mas que aquilo que fiz fique como um símbolo de persistência."

Na fala de Cruz, a empolgação se limita à lembrança desta pequena história, tão rápida nesses tempos de redes sociais. O imediatismo das redes pode mudar algo do dia para a noite, mas o esforço deve ser o mesmo de sempre. Senão, de dinâmica e eficiente, a rede social se torna ilusória.

Cruz parece estar ciente disso. Ele só responde, entre às 13h e 14h, horário de seu almoço. Ou após o expediente. Afinal, ainda mais em um trabalho novo, "prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém."

"Desculpe eu ter demorado (para responder), é porque o trabalho aqui está um pouquinho apertado."

E se despede, pelo mesmo WhatsApp que tanto o ajudou.

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