Coligação de Aécio Neves critica falta de informações sobre estado de saúde de Alberto Youssef
Preso pela PF em março, doleiro Alberto Youssef continua internado em hospital de Curitiba
Brasil|Do R7
A coligação Muda Brasil, do candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB), criticou na noite deste sábado (25) a falta de informações sobre o estado de saúde do doleiro Alberto Youssef, delator do esquema de corrupção na Petrobras, que foi internado à tarde após passar mal na carceragem da PF (Polícia Federal) em Curitiba.
Em nota, o coordenador jurídico da coligação, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), criticou a falta de informações sobre o estado de saúde e os motivos que levaram à internação do doleiro.
“De acordo com a Polícia Federal e com o advogado de defesa de Youssef, ele foi encontrado desmaiado na cela e levado para o hospital Santa Cruz, em Curitiba, onde estaria na UTI. No entanto, nenhum boletim foi divulgado”, diz a nota.
Para Sampaio, “essas informações são de extrema relevância para o país, já que a hospitalização do doleiro ocorreu depois da divulgação do depoimento em que ele revelou que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula sabiam do esquema de corrupção na Petrobras”.
A nota continua esclarecendo que, “dada a gravidade das informações prestadas por ele, é importante que sejam esclarecidos ao país qual o seu quadro de saúde e o tratamento pelo qual está passando. Afinal, ele é uma testemunha-chave do esquema de corrupção na Petrobras e foi firme ao denunciar que Lula e Dilma sabiam de tudo. O mínimo que se exige, numa circunstância dessas, é que o país seja informado daquilo que, de fato, aconteceu com ele”.
Cerca de uma hora após o comunicado do PSDB, a PF soltou uma nota confirmando a internação de Youssef “devido a uma forte queda de pressão arterial causada por uso de medicação no tratamento de doença cardíaca crônica”.
A PF negou ainda que o doleiro tenha sido vítima de “envenenamento”.
Quem é Alberto Youssef?
Réu da Operação Lava-Jato, o doleiro está preso desde março na carceragem da PF na capital paranaense. Ele é acusado de ser um dos chefes de um esquema de desvio de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.
Em depoimento prestado no começo do mês, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, também preso pela PF, acusou o PP, o PMDB e o PT de envolvimento no recebimento de propinas de empreiteiras.
Costa também teria citado o envolvimento do ex-presidente do PSDB no esquema, Sérgio Guerra, que teria recebido propina para "travar" uma CPI da Petrobras no Congresso. A denúncia foi reforçada pelo laranja de Alberto Yousseff, Leonardo Meirelles, em depoimento à Justiça.
No mais recente depoimento vazado à imprensa, o doleiro afirmou à Polícia Federal e ao Ministério Público em Curitiba que a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT, teriam total conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras.
A informação foi publicada pela revista Veja, que antecipou sua circulação de sábado para sexta-feira (24), a dois dias da votação do segundo turno presidencial. A presidente Dilma chamou a publicação da reportagem de "ato de terrorismo eleitoral". O advogado do doleiro se disse surpreso e afirmou desconhecer o depoimento. Depois, ele declarou que não poderia "desmentir nem confirmar" a versão do doleiro.