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CPI calcula 100 milhões de vacinas a menos por ofertas recusadas

Oposição ao governo, o senador e vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, considerou ofertas do Instituto Butantan e da Pfizer

Brasil|Do R7, com Agência Estado

Randolfe falou em entrevista coletiva ao lado do relator da CPI da Covid, Renan Calheiros
Randolfe falou em entrevista coletiva ao lado do relator da CPI da Covid, Renan Calheiros

O Brasil tem 100 milhões de doses de vacinas a menos no primeiro semestre de 2021 depois de recusas ou da demora do governo federal para responder às ofertas da Pfizer e do Instituto Butantan, avaliou nesta quinta-feira (27) o vice-presidente da CPI da Covid, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que é um dos senadores independentes da comissão. O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello rebateu as acusações de demora em seu depoimento aos senadores.

"O depoimento do CEO da Pfizer e o depoimento hoje, do presidente do Instituto Butantan prova claramente que nós poderíamos ter mais de 100 milhões de doses de vacinas no Brasil e isso imunizaria pelo menos 50 milhões de brasileiros ou mais", disse Randolfe, em entrevista coletiva ao lado do senador Paulo Pimenta e do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).

O parlamentar levou em conta as versões dos depoimentos do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Os dois afirmaram que ofereceram acordo pela compra de suas vacinas ao governo federal e foram recusados. 

Segundo Covas, mesmo com a aprovação da Coronavac pela Anvisa só saindo em 17 de janeiro de 2021, o fechamento do acordo entre governo e Butantan em outubro de 2020 garantiria a produção de 100 milhões de doses para o primeiro semestre do ano.


Já o gerente da Pfizer afirmou aos senadores que o Brasil deixou de receber ao menos 4 milhões de doses do imunizante neste primeiro semestre de 2021 em função da demora em fechar o negócio. Se o primeiro contrato tivesse sido aceito, a população teria um total de 18 milhões de doses, ainda de acordo com Carlos Murillo. Pelo contrato fechado em abril, o total foi de 14 milhões.

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, também em depoimento à CPI, rebateu Murillo sobre ter ignorado ofertas da Pfizer e afirmou que o acordo com o Instituto Butantan não foi prejudicado por declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 


Reconvocação de Pazuello

Na entrevista, o relator Renan Calheiros, ainda afirmou que a reconvocação de Eduardo Pazuello à CPI tem um "efeito pedagógico para que este maluco pare de delinquir e aglomerar pessoas". "Isso tem acontecido (apesar) da morte de milhares de brasileiros e não pode continuar a acontecer".

No último domingo (23), Pazuello apareceu ao lado do presidente Jair Bolsonaro em comício realizado no Rio de Janeiro, ainda que o regimento das Forças Armadas proíba a participação de oficiais da ativa em eventos político-partidários.


Segundo o relator, a aglomeração realizada, após depoimento de Pazuello à CPI, é um "desrespeito" aos trabalhos da Comissão. "O presidente da República continua a fazer as mesmas coisas que fazia, diferentemente do que acontece no mundo", afirmou Calheiros.

"Ontem aprovamos a convocação do ex-ministro Pazuello. Se for necessário mais adiante demonstrar algumas contradições em função da estratégia que utilizou no seu depoimento, vamos fazer isso", completou.

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