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Saída de Moro é a nona mudança ministerial no governo Bolsonaro

Conta inclui a troca na Cultura, secretaria com status de ministério que em janeiro mudou seu comando com a demissão de Roberto Alvim

Brasil|Marcos Rogério Lopes, do R7

Moro deixa governo após troca no comando da PF
Moro deixa governo após troca no comando da PF Moro deixa governo após troca no comando da PF

A saída do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que não concordou com a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, é a nona mudança no ministério montado pelo presidente Jair Bolsonaro, em 16 meses de governo. 

Incluindo a troca de Roberto Alvim por Regina Duarte, em janeiro deste ano, na Cultura, secretaria com status de ministério, ocorreram alterações em nove pastas distintas.

Duas alterações aconteceram apenas na Secretaria-Geral da Presidência (primeiro saiu Gustavo Bebianno, depois Floriano Peixoto). Em um dos anúncios, a mudança de Onyx Lorenzoni da Casa Civil para a Cidadania, em fevereiro, os postos mais altos de dois ministérios foram alterados de uma só vez.

A primeira troca de ministro ocorreu 48 dias após o início do governo, com a queda de um dos homens de confiança do presidente, o coordenador da campanha eleitoral de 2018, Gustavo Bebianno.

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Bebianno era secretário-geral da Presidência e começou a balançar após a imprensa revelar que, em 2018, ele repassou R$ 400 mil à campanha de uma candidata a deputada federal de Pernambuco. Ela teve apenas 274 votos e foi considerada laranja em um suposto esquema de desvio de verbas do ex-presidente do PSL.

Bebianno foi demitido depois de um desentendimento com o filho do presidente, o vereador do Rio, Carlos Bolsonaro (hoje no Republicanos). Em seu lugar entrou o general da reserva Floriano Peixoto. Que, por sua vez, ficou apenas quatro meses no cargo.

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Mudança na Educação

O colombiano Ricardo Vélez Rodriguez, da Educação, ocupou a função até abril de 2019 e foi substituído por Abraham Weintraub.

Bastante criticado pela oposição e com dificuldade para montar sua equipe, Vélez Rodriguez se desgastou ainda mais após sua pasta, em fevereiro do ano passado, enviar a escolas do país um e-mail em que pedia que os estabelecimentos de ensino mandassem ao ministério vídeos de alunos cantando o Hino Nacional.

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Tal exposição só é permitida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente com a nautorização expressa dos pais. 

Cai o primeiro militar

Em junho de 2019, saiu o primeiro militar: o general Carlos Alberto dos Santos Cruz.

Ele deixou a Secretaria de Governo da Presidência da República para dar lugar a outro general, Luiz Eduardo Ramos.

Santos Cruz vinha sofrendo ataques dos filhos do presidente e do escritor Olavo de Carvalho. A pessoas próximas, ele reclamava que Bolsonaro não o defendia dos constantes . 

A gota d'água foi uma entrevista de Santos Cruz à rádio Jovem Pan. Na ocasião, ele disse aos jornalistas que a influência das redes sociais é benéfica, mas também pode "tumultuar" e que deve haver cuidado para que ela não vire uma "arma de discórdia". Uma clara crítica a uma das principais ferramentas de comunicação da família Bolsonaro.

Mal entrou e já saiu

Floriano Peixoto, que era próxmo a Santos Cruz, deixou a equipe ministerial dias depois do amigo, e com apenas quatro meses na Secretaria-Geral da Presidência.

Foi enviado à presidência dos Correios, num rebaixamento de posto para cobrir a lacuna deixada após a demissão do general Juarez Cunha, criticado publicamente pelo presidente.

Jorge Francisco de Oliveira, ex-subchefe na Casa Civil, assumiu o ministério.

Vídeo com citação nazista

A demissão mais tumultuada ocorreu logo após a virada do ano, em 17 de janeiro de 2020, com a demissão do secretário especial da Cultura, Roberto Alvim

Em um vídeo com enorme repercussão negativa, Alvim usou uma frase do ministro da Propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbles, ao anunciar o Prêmio Nacional das Artes. 

Bolsonaro colocou na vaga a atriz Regina Duarte.

Duas mudanças em fevereiro de 2020

Em 6 de fevereiro, Bolsonaro nomeou para o lugar de Gustavo Canuto na pasta do Desenvolvimento Regional o então secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, ex-deputado federal pelo (PSDB).

Gustavo Canuto tornou-se presidente da Dataprev, responsável pelo processamento de dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com a missão de zerar as imensas filas de beneficiários

Dias depois, muitos meios de comunicação davam como certa a demissão do então chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Ele, no entanto, assumiu a pasta da Cidadania, onde estava Osmar Terra. A mudança de cadeiras foi registrada no Diário Oficial de 14 de fevereiro. 

Em seu lugar na Casa Civil assumiu o general Walter Braga Neto.

Onyx se desgatou bastante e deixou um dos principais ministérios do governo após a repercussão de uma viagem em uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) de um de seus subordinados, o secretário executivo da Casa Civil, Vicente Santini.

Santini utilizou o avião oficial em janeiro para se deslocar do Brasil para a Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, em Davos, e depois até Nova Délhi, na Índia. Bolsonaro ficou incomodado com o voo particular do número 2 da pasta comandada por Onyx e demitiu o secretário executivo dias antes da mudança ministerial.

Mudança no meio da pandemia

A última mudança, antes de Moro, ocorreu com a saída do ministro Luiz Henrique Mandetta da pasta da Saúde, em 16 de abril.

Mandetta vinha entrando em constantes conflitos com Bolsonaro por sua posição firme a favor do isolamento social em meio à pandemia do novo coronavírus. O presidente defendia, além do combate à covid-19, doença causada pelo vírus, a retomada da economia, para evitar uma avalanche de desempregos.

No lugar de Mandetta, entrou Nelson Teich.

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