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Todos os governadores eleitos do RJ nos últimos 20 anos foram presos

Lista de políticos presos no Estado é longa com três deputados estaduais que presidiram a Alerj e seis conselheiros do Tribunal de Contas

Brasil|Karla Dunder, do R7

Luiz Fernando Pezão Preso foi preso por suposto esquema de corrupção
Luiz Fernando Pezão Preso foi preso por suposto esquema de corrupção

Com a prisão de Luiz Fernando Pezão (MDB) na manhã desta quinta-feira (29), todos os governadores eleitos do Rio de Janeiro nos últimos 20 anos foram ou estão presos. A lista inclui ainda Anthony Garotinho (PRP), Rosinha Garotinho (Patriota) e Sérgio Cabral (MDB).

Benedita da Silva (PT) assumiu o governo do Estado do Rio em 2002, quando Garotinho deixou o cargo para concorrer à Presidência, e é a única do período que não foi presa.

Pezão é acusado de ter sucedido o ex-governador Sérgio Cabral em um esquema de corrupção na administração estadual. A PGR (Procuradoria-Geral da República) alega que Pezão recebeu mais de R$ 25 milhões, em espécie, entre 2007 e 2015, em propina.

O governador foi detido no Palácio das Laranjeiras e deve ser transferido para o BEP (Batalhão Especial Prisional de Niterói).


Cabral foi preso em novembro de 2016 e, somadas todas as condenações, sua pena já ultrapassa os 170 anos de reclusão. O ex-governador cumpre pena na penitenciário de Bangu 8. Ele é condenado na Lava Jato e réu em diferentes processos. Acusado pelos crimes de corrupção passiva, formação de quadrilha e pertinência à organização criminosa. 

Anthony Garotinho (PRP) e Rosinha Garotinho (Patriota) foram presos em novembro de 2017 por terem cometido crimes eleitorais, de acordo com o Ministério Público. Eles teriam recebido dinheiro ilícito para o financiamento de campanhas do grupo político do casal em Campos dos Goytacazes (RJ). O casal nega os crimes.


No total, Garotinho foi preso três vezes. A primeira ocorreu em novembro de 2016 durante a operação Chequinho, da Polícia Federal, que investiga o uso eleitoral do programa Cheque Cidadão e combate crimes eleitorais em Campos, no norte fluminense, onde o ex-governador atuava como secretário de governo da prefeitura. A segunda prisão ocorreu em setembro de 2017, a alegação da Justiça é a de que Garotinho estaria ameaçando testemunhas e atrapalhando as investigações da PF. 

Deputados presos


A lista de políticos presos no Rio é longa. Além dos governadores, todos os presidentes da Alerj (Assembleia Legislativa) de 1995 a 2017 estão presos. Os deputados estaduais Jorge Picciani (MDB) e Paulo Melo (MDB) e o ex-governador Sergio Cabral. 

O MPF-RJ pediu a prisão em fragrante de Picciani em novembro de 2017, que desde março deste ano cumpre prisão domiciliar. De acordo com os procuradores, há provas do envolvimento do parlamentar nos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa para cobrança de propina no setor de transporte público. Melo também é investigado por prática de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

No início deste mês, durante a operação Furna da Onça, desdobramento da Cadeia Velha, todas nascidas na operação Lava Jato, dez deputados do Rio foram alvo da Polícia Federal. Três já estavam presos: Picciani, Melo e Edson Albertassi, todos do MDB. Os demais alvos do Ministério Público estavam: André Correa, deputado estadual (DEM); Chiquinho da Mangueira, deputado estadual (PSC); Coronel Jairo, deputado estadual (MDB); Luiz Martins, deputado estadual (PDT); Marcelo Simão, deputado estadual (PP); Marcos Abahão, deputado estadual (Avante); Marcos Vinícius "Neskau", deputado estadual (PTB); Affonso Monnerat, secretário de Governo; Leonardo Silva Jacob, presidente do Detran/RJ, e Vinícius Farah, ex-presidente do Detran/RJ e deputado federal eleito pelo MDB.

Cinco dos seis conselheiros do Tribunal de Contas do Estado também foram presos e encaminhados à penitenciária de Bangu. Eles foram alvo da operação O Quinto do Ouro, que apura a suposta participação de membros do Tribunal de Contas do Rio no recebimento de pagamentos indevidos. Os recursos teriam vindo de contratos firmados com o Estado em contrapartida ao favorecimento na análise de contratos na Corte.

O ex-procurador-geral do Ministério Público Estadual Claudio Lopes foi preso no dia 9 de novembro acusado de participar do esquema de propinas liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral. Como procurador-geral, Lopes chefiou a instituição entre 2009 e 2012. Em outubro, foi denunciado pelo próprio órgão por formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva e quebra de sigilo funcional. No mesmo processo, que tramita em segredo de Justiça, também foram denunciados o ex-governador Cabral, o ex-secretário estadual de governo Wilson Carlos e Sérgio de Castro Oliveira, suposto operador financeiro de Cabral.

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