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‘Abin paralela’: PF aponta monitoramento indevido de homônimo de Moraes

Gerente comercial que mora em São Paulo e tem o mesmo nome do ministro do STF foi espionado pela Abin, segundo a PF

Brasília|Do R7, em Brasília

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Alexandre de Moraes
Moraes teria sido alvo de esquema de monitoramento ilegal Ton Molina/STF - 12.6.2025

A Polícia Federal identificou que um homônimo do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes foi monitorado de forma indevida por agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no suposto esquema de espionagem ilegal montado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

As informações constam da conclusão da investigação da PF sobre o uso criminoso da estrutura da agência para acompanhar desafetos políticos do ex-presidente. Moraes retirou o sigilo do documento na tarde desta quarta-feira (18).


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De acordo com os documentos da investigação, o alvo das consultas foi Alexandre de Moraes Soares, gerente comercial que mora no estado de São Paulo. Ele teve seus dados acessados ao menos três vezes no sistema First Mile em 18 de maio de 2019, sem justificativa clara.

Em outra ocasião, no dia 8 de maio do mesmo ano, foram feitas quatro consultas ao nome dele, com registros que indicam se tratar de um monitoramento sensível, segundo a PF, possivelmente ligado à tentativa de identificar um homônimo de autoridade pública.


A PF afirma que o sistema utilizado — o First Mile — frequentemente associa terminais telefônicos a pessoas com nomes semelhantes, o que dificulta a identificação correta dos alvos. Ainda assim, os investigadores apontam que o contexto e o momento das buscas reforçam a suspeita de uso indevido da ferramenta para fins políticos.

As buscas sobre o homônimo de Moraes aconteceram pouco tempo depois da abertura, em março de 2019, do chamado inquérito das fake news. Em 14 de maio daquele ano, quatro dias antes das pesquisas registradas, foi disponibilizado para julgamento um recurso que tentava suspender a investigação — fato que, segundo os investigadores, pode ter motivado o monitoramento.


As buscas no nome do homônimo foram feitas por Thiago Gomes Quinalia, agente de inteligência da Abin. De acordo com a PF, Quinalia realizou diversas consultas no First Mile, inclusive a que envolveu Alexandre de Moraes Soares. Posteriormente, ele foi designado para atuar como auxiliar de adido na França, mas não retornou da missão ao fim dela, em 29 de abril de 2024, e é atualmente considerado foragido.

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