Acareação entre Cid e Braga Netto na ação por tentativa de golpe será nesta semana
Moraes marcou o ato para o dia 24 de junho, mas a defesa de Braga pediu para adiar para o dia 27

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), acatou pedido feito pela defesa do general Braga Netto para fazer uma acareação entre o militar e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Moraes marcou o ato para terça-feira (24). A defesa de Braga chegou a pedir para adiar para sexta-feira (27), mas o ministro negou a solicitação. Braga Netto, que está preso no Rio de Janeiro, deverá comparecer pessoalmente à Corte, em Brasília, com equipamento de monitoramento eletrônico, e retornar à unidade prisional logo depois.
Uma acareação é um ato processual no qual duas ou mais pessoas são colocadas frente a frente para confrontar as versões que deram em depoimentos anteriores, quando há contradições relevantes entre elas.
O R7 apurou que a sessão deve ser fechada, diferente da fase de interrogatórios, quando houve transmissão das falas.
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Confrontos de versões
Mauro Cid, que é delator na ação do golpe, alegou que Braga Netto foi responsável por entregar a ele uma quantia em dinheiro dentro de uma embalagem de vinho. Segundo a Polícia Federal, esse valor seria para financiar as ações do Punhal Verde Amarelo, plano elaborado pelo esquadrão de elite do Exército, os chamados “kids pretos”, para assassinar autoridades.
De acordo com Mauro Cid, ele teria entrado em contato com Braga Netto após o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins de Oliveira pedir para ele R$ 100 mil para custear a ida de manifestantes a Brasília. Braga Netto então teria dito para Cid falar com o PL (Partido Liberal). “Na minha cabeça, o intuito era para trazer pessoas para manifestações em frente aos quartéis. Falei com o tesoureiro do PL e ele disse que o partido não poderia bancar aquilo”, disse Cid. Foi então que ele voltou a falar com Braga Netto, que teria entregado o dinheiro a ele. Cid, no entanto, afirma que não sabia qual a quantia dentro da embalagem.
Braga Netto, contudo, nega ter qualquer conhecimento sobre o Punhal Verde Amarelo e ter entregado algum valor a Cid. “Eu não tinha esse dinheiro, eu não tinha contato com o empresário, os empresários. Os empresários estavam mais interessados no presidente Bolsonaro do que em mim”, afirmou. Sobre a operação Punhal Verde Amarelo e Copa 2022, Braga Netto disse que só ouviu “o nome dessas duas operações quando a mídia publicou. Eu nunca tinha ouvido falar nessas duas operações”.
O general está preso desde dezembro do ano passado sob a acusação de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e tentar obter detalhes dos depoimentos de delação de Cid.
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