Alckmin diz que ataque contra civis em Gaza é 'inconcebível'
Assim como Lula, vice-presidente fez um apelo à comunidade internacional por um cessar-fogo imediato no conflito Israel-Hamas
Brasília|Da Agência Brasil
O vice-presidente Geraldo Alckmin repudiou o ataque na Faixa de Gaza contra palestinos que aguardavam por ajuda humanitária, resultando em 104 mortes. Assim como o próprio governo brasileiro, Alckmin criticou a ação e afirmou que trata-se de uma situação "inconcebível". O governo israelense nega que tenha cometido genocídio contra a população palestina e argumenta que se defende dos ataques do grupo terrorista Hamas.
"Fiquei absolutamente chocado com a notícia do ataque contra civis palestinos na Faixa de Gaza, perpetrado por forças militares israelenses, que vitimou dezenas de pessoas e feriu outras centenas. Obstar o acesso de indivíduos à ajuda humanitária é inconcebível sob qualquer perspectiva, e abrir fogo contra civis viola os preceitos mais básicos de humanidade", escreveu em postagem nas redes sociais.
Inicialmente, as Forças de Defesa de Israel negaram qualquer envolvimento direto, atribuindo as mortes a tumultos e confrontos. Mais tarde, um porta-voz militar admitiu que tanques israelenses efetuaram disparos de advertência, mas continuou a negar que as tropas tivessem alvejado a multidão.
Fazendo coro ao presidente Luiz Inácio Lula da Siva, Alckmin ainda fez um apelo à comunidade internacional por um cessar-fogo imediato.
"Lutar pela paz, como defende o presidente Lula, não é mais uma opção, mas um imperativo ético que deve orientar todos os esforços da comunidade internacional neste momento. É preciso dar o primeiro passo no caminho da paz: cessar-fogo imediato, libertação dos reféns e entrada de assistência humanitária".
Mais cedo, Lula propôs que a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) faça uma moção à Organização das Nações Unidas (ONU) pelo fim imediato do genocídio de palestinos na Faixa de Gaza. Lula discursou durante a reunião de cúpula da Celac, em Kingstown, em São Vicente de Granadinas.
Comunidades judaicas criticam posicionamento do governo
Comunidades judaicas no Brasil criticaram a postura do governo federal. Na avaliação do presidente da Fisesp (Federação Israelita do estado de São Paulo), Marcos Knobel, há uma "parcialidade muito grande" do Itamaraty.
"Infelizmente, o governo brasileiro já mostrou sua posição. Uma coisa que é muito importante é que toda a vida de um israelense e de um palestino é igual. Nós sentimos muito toda vida que é perdida nesse conflito", afirmou.
Segundo o presidente executivo da Fisesp, Ricardo Berkiensztat, o que aconteceu ainda "não está claro".
"O governo brasileiro já saiu com uma manifestação como se a informação do Hamas fosse fidedigna. Acho que é intolerável também continuarmos com 136 pessoas reféns dentro dos túneis do Hamas desde o dia 7 de outubro. Cabe à comunidade internacional conseguir a libertação dos 136 reféns que estão lá", disse.