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Alckmin nega que governo brasileiro tenha pedido prorrogação de taxa a Trump

Comitê com empresários começa nesta terça; proposta de negociação enviada pelo Brasil em maio aos EUA não foi respondida

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

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Comitê comandado por Alckmin foi pedido por Lula Fernando Frazão/Agência Brasil - 05.07.2025

O vice-presidente Geraldo Alckmin negou nesta segunda-feira (14) que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva teria pedido aos Estados Unidos para prorrogar a taxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros comprados pelos EUA. Alckmin, que é ministro do Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços, afirmou que o Executivo também não solicitou que a tarifa fosse diminuída.

A taxação, anunciada pelo presidente Donald Trump na semana passada, deve começar a valer a partir de 1º de agosto, segundo o republicano.


“O governo não pediu nenhuma prorrogação de prazo nem fez nenhuma proposta sobre alíquota, sobre percentagem. O que estamos fazendo é ouvindo os setores mais envolvidos, para o setor privado também participar e se mobilizar também com seus congêneres e parceiros nos Estados Unidos”, declarou Alckmin.

RESUMO DA NOTÍCIA

  • Alckmin negou que o Brasil tenha solicitado prorrogação da taxa de 50% sobre produtos nacionais aos EUA.
  • Nova tarifa, anunciada por Trump, começa a valer em agosto; governo brasileiro se reuniu com empresários para discutir o impacto.
  • Comitê do governo cria encontros com setores afetados, divididos entre indústria e agronegócio.
  • Brasil enviou proposta de negociação aos EUA em maio, mas ainda não recebeu resposta.

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Após o anúncio de Trump, Lula determinou a criação de um comitê para debater a questão com empresários brasileiros. A expectativa é que representantes norte-americanos também participem das reuniões, que começam nesta terça (15).


“A responsabilidade é todo empenho em rever essa questão. Primeiro, porque é totalmente inadequada. O Brasil não tem superávit com os EUA. Aliás, é o contrário. Vamos trabalhar junto com a iniciativa privada”, acrescentou Alckmin.

Reuniões com empresários

Segundo Alckmin, serão dois encontros nesta terça, um pela manhã, com os setores industriais mais afetados pela medida de Trump, e outro pela tarde, com representantes do agronegócio.


O grupo de trabalho criado pelo governo federal reúne os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; da Fazenda; das Relações Exteriores; e a Casa Civil.

Na reunião da tarde, também devem participar as pastas da Agricultura e Pecuária, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca e Aquicultura. De manhã, o Ministério de Portos e Aeroportos também deve estar presente.


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“O presidente Lula criou um comitê de trabalho, e a primeira tarefa é conversar com o setor privado. Nos separamos em dois blocos. Um bloco a reunião será com a indústria — estamos chamando os setores industriais que têm mais relação comercial com os EUA: avião, aço, alumínio, celulose, máquinas, calçados, móveis e autopeças. Estamos chamando as entidades e algumas empresas, em alguns casos”, explicou o vice-presidente.

De tarde, vão se reunir os setores do agronegócio — suco de laranja, carnes, frutas, mel, couro e pescado, como elencou Alckmin.

“Isso não vai se limitar a amanhã. É a primeira conversa. Vamos dar continuidade a esse trabalho. Vamos também marcar com entidades e empresas dos EUA, porque tem integração em cadeia. As empresas norte-americanas também vão ser atingidas, então vamos conversar também com elas e com entidades do comércio Brasil-EUA, como a Amcham [Câmara Americana de Comércio para o Brasil]”, explicou.

Falta de resposta

As conversas brasileiras são comandadas por Alckmin desde o início de fevereiro, quando Trump anunciou as primeiras tarifas. As iniciativas de taxar produtos de outros países faz parte de uma política protecionista do republicano, que é implementada desde o início do atual mandato dele.

Nesta segunda, Alckmin informou que uma carta enviada pelo governo brasileiro aos Estados Unidos em maio segue sem resposta.

“Importante destacar que já vínhamos fazendo diálogo. Estive, através de videoconferência, com Howard Lutnick [ministro de Comércio dos EUA] e com o embaixador Greer [representante comercial dos EUA, Jamieson Greer]. Depois, as conversas continuaram e, no dia 16 de maio, foi encaminhada, até em caráter confidencial, uma proposta para os EUA, de negociação, que não foi respondida ainda. E até a sexta-feira da semana retrasada [4 de julho], antes do anúncio [de Trump], estava tendo reunião no nível técnico”, destacou Alckmin.

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