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Alertas de desmatamento na Amazônia batem recorde em abril

Foram mais de 1.000 km² de floresta devastada, um aumento de 74,6% em relação ao mesmo período do ano passado

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Vista aérea de região desmatada da Amazônia em Rondônia
Vista aérea de região desmatada da Amazônia em Rondônia Vista aérea de região desmatada da Amazônia em Rondônia

Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal bateram novo recorde em abril deste ano, com 1.013 km² de floresta devastada, conforme os dados do sistema de alertas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Esse é o maior número para o mês desde o início da série histórica, em 2016.

O número de alertas de desmatamento para o mês de abril vem crescendo anualmente. No ano passado, houve recorde para o período, com 580 km². A alta de 2021 para 2022 foi de 74,66%. O sistema de alertas (Deter) é um levantamento de alteração da cobertura florestal. Os números consolidados de desmatamento são divulgados depois, por meio do sistema Prodes, uma vez ao ano.

Confira os dados, ano a ano:

2016: 440 km²

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2017: 127 km²

2018: 490 km²

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2019: 247 km²

2020: 407 km²

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2021: 580 km²

2022: 1.013 km²

Gerente do WWF-Brasil para Ciências, organização não governamental (ONG) que atua na área ambiental, Mariana Napolitano afirma que a quantidade de alertas de desmatamento é extremamente alta para o período, que marca o início da época de seca na Amazônia, "quando o desmatamento costuma aumentar”. “É um alerta da imensa pressão que a floresta está sofrendo neste ano", pontuou.

Ela afirma que, se o ritmo for mantido, os recordes de destruição serão quebrados: “Esse desmatamento é majoritariamente ilegal e traz consigo aumento de roubo de terra (grilagem), invasão a terras públicas, aumento do garimpo ilegal e conflitos cada vez mais intensos na região”, explicou.

A ONG Greenpeace destaca que pelo quarto mês consecutivo, os alertas de desmatamento seguem concentrados nos estados do Amazonas (34,2%), Pará (28,3%) e Mato Grosso (23,8%). Coordenador de Amazônia do Greenpeace Brasil, André Freitas afirma que é preciso reforçar as ações de fiscalização, mas é preciso ir além.

“As ações de comando e controle são muito importantes como um meio de promover o estancamento imediato da sangria do desmatamento e manutenção dos direitos humanos, mas para além disso, são necessárias ações coordenadas dos órgãos públicos nas três esferas e uma discussão séria e imprescindível sobre uma transição de modelo de desenvolvimento que perceba atividades capazes de conviver de forma harmônica com a floresta em pé”, disse.

O Observatório do Clima destacou que os dados de desmatamento de abril são preocupantes, por ser um mês de chuvas na Amazônia. A organização observou que os alertas de desmatamento precisam ser olhados com cautela, porque o sistema não é feito para medir área desmatada, mas, sim, orientar o trabalho da fiscalização.

O observatório frisou que "as detecções mensais do Deter são muito atrapalhadas por nuvens, em especial nos meses de novembro a abril, quando a floresta está debaixo de chuva".

"Há uma chance grande de o número de alertas de abril incluir desmatamentos dos meses anteriores que não puderam ser vistos pelo satélite por estarem sob nuvens. No fim de cada mês, o Inpe informa o percentual da floresta que estava encoberto. O de abril será conhecido na semana que vem", ressaltou.

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