Alvo da PF, ex-assessora de Lira diz que atuação com emendas foi ‘estritamente técnica’
Mariângela Fialek ficou conhecida por controlar as planilhas do ‘Orçamento Secreto’ durante a gestão Arthur Lira na Câmara
Brasília|Do R7, em Brasília
A defesa de Mariângela Fialek, ex-assessora do deputado Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira (12) que ela não é alvo de suspeitas de irregularidades e que sua atuação na Casa sempre foi “estritamente técnica, apartidária e impessoal”. A manifestação ocorre após a Polícia Federal cumprir mandado de busca e apreensão na casa da servidora, como parte da operação que investiga supostas negociações envolvendo indicações de emendas parlamentares.
Mariângela ficou conhecida por controlar as planilhas do “Orçamento Secreto” durante a gestão Lira na Câmara e a de Jair Bolsonaro na Presidência da República. Era ela quem liberava as emendas no esquema que permitia a indicação dos valores sem a identificação do parlamentar responsável. A ação foi proibida pelo STF em 2022.
Segundo a nota, assinada pelos advogados Luís Inácio Adams e Maria Claudia Bucchianeri, a PF buscava apenas acessar informações relacionadas ao trabalho de Fialek na organização de emendas na Câmara. Os dados, de acordo com a defesa, já são públicos e enviados rotineiramente à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, além de publicados no Portal da Transparência.
A assessora afirma ter carreira técnica no serviço público, com passagens por governos de diferentes partidos ao longo de duas décadas.
Atualmente, ocupa um cargo em comissão ligado ao gabinete a presidência da Câmara. A defesa enfatiza que não há imputação de crime ou irregularidade contra ela e que sua função cumpre o que determina a Lei Complementar 210/2024 e decisões do STF.
A investigação
A investigação teve início no curso da ação em que o ministro Flávio Dino determinou que estados, o Distrito Federal e municípios deveriam adotar medidas para garantir transparência e rastreabilidade aos recursos distribuídos por emendas. Os parlamentares foram chamados a depor na Polícia Federal após declarações nas tribunas do Senado e da Câmara.
Durante a investigação, Mariângela também teve quebra do sigilo de dados telemáticos. Segundo a PF, os dados corroboram os indícios de que a ex-assessora desempenha papel relevante no controle do “orçamento secreto”.
A PGR (Procuradoria-Geral da República), que foi favorável à operação, disse em sua manifestação que há uma provável organização criminosa voltada à prática de desvios funcionais e crimes contra a administração pública e o sistema financeiro nacional. A PGR ainda diz que há indícios de que ex-assessoria exercia “o controle de indicações desviadas de emendas decorrentes do orçamento secreto em benefício” dessa organização criminosa.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da RECORD, no WhatsApp














