O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (29) que não conversou com os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB), respectivamente, sobre a proposta que visa anistiar os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. De acordo com o presidente, o projeto não é um tema de interesse nacional. Lula viajou à Ásia nesta semana, e os parlamentares fizeram parte da comitiva presidencial.“Você acha que eu iria convidar o presidente da Câmara e o presidente do Senado para discutir, a 11 mil metros de altura, problemas que eu posso discutir em terra, na minha casa, na casa deles, no Senado ou na Presidência da República? Não. Eu fiz questão de não discutir com eles nenhum assunto do Brasil. A gente vai regressar hoje, vamos chegar domingo lá em casa, e a gente então vai sentar a partir da segunda, terça, quarta, quinta, sexta-feira e fazer todas as discussões que têm que fazer”, disse Lula. Além disso, Lula criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por defender anistia aos presos pelos ataques do 8 de Janeiro. “Eu tenho certeza que a anistia não é um tema principal para ninguém, a não ser para quem está se culpabilizando. Eles já estão se tratando como se fossem culpados. Não quer nem se defender. Porque ele [Bolsonaro] sabe que, no subconsciente dele, ele fez todas as bobagens [das quais] está sendo acusado. Agora, ele deveria estar se defendendo, estar brigando, dizendo que é inocente, colocando prova de sua inocência”, completou. As declarações foram dadas pelo brasileiro em coletiva de imprensa, em Hanói, no Vietnã. Segundo Lula, a proposta da anistia “não é o tema principal nesse instante”. “Tem muita coisa de importante no Congresso Nacional, de interesse do povo brasileiro, para melhorar a vida do povo brasileiro. É isso que, quando voltar para o Brasil, eu pretendo discutir com Alcolumbre e Motta”, afirmou. Nesta semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete pessoas se tornaram réus no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.Os envolvidos negam as acusações, e, enquanto isso, políticos se movimentam no Congresso Nacional a fim de anistiar os envolvidos na trama. O tema é tratado como prioridade por aliados do ex-chefe do Executivo. Há, inclusive, a previsão de um encontro entre os parlamentares aliados de Bolsonaro com Motta na próxima terça-feira (1º) para debater a proposta de anistia.O PL quer tentar ao menos que o projeto ganhe regime de urgência — o que dispensaria a análise da proposta por comissões —, com intenção de se chegar a um acordo entre líderes para votação do requerimento em 8 de abril.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp