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Ao tomar posse, Boulos pede 1 minuto de silêncio por mortes em megaoperação no RJ

Ação policial teve ao menos 120 mortes nessa terça; novo ministro citou ‘policiais e moradores’ mortos

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

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Lula escolheu Boulos de olho em 2026 Valter Campanato/Agência Brasil - 29.10.2025

O novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, pediu nesta quarta-feira (29) um minuto de silêncio, em homenagem às vítimas da megaoperação policial que deixou ao menos 120 mortos no Rio de Janeiro (28) nessa terça.

Boulos tomou posse nesta quarta, em cerimônia no Palácio do Planalto. Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, homenageou “policiais e moradores. Todos eles”.


O Governo do Rio de Janeiro confirmou nesta quarta que 121 mortes aconteceram na megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, que visou confrontar o grupo criminoso CV (Comando Vermelho).

Troca na Esplanada

Boulos entra no lugar de Márcio Macêdo, que chefiava a Secretaria-Geral desde janeiro de 2023. O R7 apurou que a mudança mira as eleições do próximo ano.


Lula quer reaproximar o governo da militância para estreitar os laços entre a gestão e a “base”, em meio ao que aliados veem como um cenário de afastamento.

“O presidente me deu a missão de ajudar nessa reta final do mandato a colocar o governo na rua, a rodar todos os cantos deste país, ouvir as pessoas, conversar olho no olho, ter a humildade de ouvir críticas e apresentar o que o governo tem feito pelo povo brasileiro”, disse Boulos ao ser empossado.


“A proposta é dialogar com todo mundo, não só com quem já concorda com a gente. Dialogar com os entregadores de aplicativo, com os motoristas de Uber, dialogar com os pequenos empreendedores, com a população em situação de rua, com o povo das periferias. Com católicos, com evangélicos, com todas as religiões”, acrescentou.

No discurso de despedida, Macêdo agradeceu a confiança de Lula e fez um balanço da gestão, além de desejar sucesso a Boulos.


Outro objetivo do presidente com a alteração na pasta é aproximar o governo da juventude. Além disso, Macêdo deve disputar as eleições de 2026. Ele já foi deputado federal pelo PT-SE e estava de saída do mandato quando assumiu o ministério, em janeiro de 2023.

Megaoperação

Segundo o secretário da Polícia Civil, o delegado Felipe Curi, o total de vítimas inclui quatro policiais e 117 suspeitos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria ficado “estarrecido” com a quantidade de mortes da operação e “surpreso” porque o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), não informou o governo federal, com antecedência, da ação policial.

A reação foi detalhada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, após encontro com o presidente.

Mais cedo, o petista discutiu, por cerca de três horas, a situação no Rio em reunião, no Palácio da Alvorada, com os ministros Lewandowski, Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil), Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social), além do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo.

Lula decidiu enviar Lewandowski, Macaé e Rodrigues para reunião com Castro, na capital fluminense. O encontro está previsto para as 18h desta quarta.

O presidente só ficou sabendo da operação na noite dessa terça, quando retornou ao Brasil após giro pela Ásia. Ele estava a bordo de um avião cedido pela FAB (Força Aérea Brasileira), que não tem conexão de internet nem de telefone.

Possível GLO

Lewandowski também comentou a possibilidade de uso da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no estado. Segundo o ministro, a medida só pode ser adotada se houver solicitação formal do governador fluminense, que não houve, afirmou Lewandowski, até o momento.

“Se o governador requerer, cabe ao presidente avaliar. Não há pedido. Primeiro, tem que ser requerida formalmente pelo governador. Não é uma ação espontânea do governo federal ou do presidente da República”, explicou.

“Pela lei, o governador precisa reconhecer a incapacidade das forças locais de enfrentarem essa turbulência, essa agitação, essa ameaça à segurança pública. É algo extremamente complexo, medida excepcionalíssima, em que as Forças Armadas acabam tomando conta da operação”, acrescentou o ministro.

Lewandowski afirmou que o governo federal ofereceu apoio imediato ao estado, incluindo vagas em unidades do sistema federal de segurança máxima para a transferência de lideranças criminosas.

Ele também citou o envio de peritos e médicos-legistas da Força Nacional e da Polícia Federal, além do uso de bancos de dados federais.

“Temos banco de DNA e balística muito bem operado pela PF, para elucidar crimes e identificar mortos, para sabermos se são pessoas ligadas a organizações criminosas ou não. Isso, de imediato, podemos colocar à disposição”, afirmou.

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