Bolsonaro reforça convocação de ato na Avenida Paulista
Ex-presidente volta a falar de manifestação em meio a investigação sobre espionagem contra adversários e servidores públicos
Brasília|Do R7, em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro reforçou uma nova manifestação para o dia 29 de junho, às 14h, na Avenida Paulista. Ele já havia anunciado o ato, mas nesta terça (17) publicou um novo vídeo nas redes sociais.
No texto, Bolsonaro afirma: “Ao longo dos meus 70 anos... Nunca esperava que um dia... Pediria Justiça/Liberdade... Infelizmente, esse dia chegou...”.
A publicação ocorre no mesmo dia em que a Polícia Federal divulgou o indiciamento do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho dele, no caso da Abin Paralela.
Ao todo, 37 pessoas aparecem no documento da PF por suposto uso da estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para monitorar opositores políticos, integrantes do governo e jornalistas.
Segundo fontes da corporação, o ex-presidente teve envolvimento no caso e teria integrado uma organização criminosa, mas Bolsonaro não foi indiciado porque já responde pelo crime na ação penal da tentativa de golpe de Estado.
Assim como Bolsonaro, não foram indiciados o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que na época dirigia a Abin, o policial federal Marcelo Araújo Bormevet e o subtenente do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues. Os três são réus no STF por envolvimento no plano de golpe de Estado e respondem por organização criminosa.
A investigação conduzida pela Polícia Federal, com mais de 800 páginas, relata ações de espionagem executadas durante o mandato presidencial.
O foco recaiu sobre integrantes do Fisco que investigavam o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), acusado de envolvimento em desvios de salários no período em que atuou como deputado estadual no Rio de Janeiro.
Gravação de Bolsonaro e Ramagem
Uma gravação de 2020, tornada pública em julho de 2024, mostra Jair Bolsonaro, o então diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e advogadas de Flávio discutindo estratégias para enfraquecer a atuação de auditores da Receita. Ramagem sugeriu medidas administrativas para provocar afastamentos.
A investigação aponta que o atual diretor da Abin, Luiz Fernando Correa, teria dificultado o avanço das apurações e garantido proteção a servidores citados. Ao longo do inquérito, sete operações foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal.
Entre os indiciados, constam policiais federais e agentes de carreira da Abin recrutados durante o governo anterior. A manifestação marcada para o fim do mês deverá reunir apoiadores diante do agravamento das investigações.
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