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Assessor de Bolsonaro usa viagem de Mamãe Falei para criticar Moro

Filipe Martins perguntou ao pré-candidato ao Palácio do Planalto se ele enviaria brasileiros para a guerra entre Ucrânia e Rússia

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O pré-candidato ao Palácio do Planalto Sergio Moro
O pré-candidato ao Palácio do Planalto Sergio Moro

O assessor especial para Assuntos Internacionais do presidente Jair Bolsonaro, Filipe Martins, rebateu, nesta segunda-feira (7), declarações de Sergio Moro criticando Bolsonaro. O servidor disse que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública apoia "viagem obscura", em relação à ida de Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, à Ucrânia, e questionou se Moro enviaria brasileiros para o conflito no país do Leste Europeu caso fosse presidente.

Moro tinha afirmado que não defenderá ditaduras, "como fazem Lula e o PT com Cuba ou Venezuela", e que não passará "a mão na cabeça dos companheiros de partido quando eles errarem".

"Não esperem de mim o silêncio diante da invasão da Ucrânia pela Rússia e da morte de civis, como Bolsonaro faz agora. Muito menos que eu passe pano quando houver suborno, propina, desvios e rachadinhas", escreveu Moro.

As declarações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-juiz da Lava Jato foram rebatidas pelo assessor de Bolsonaro. "Tenho certeza que os ucranianos preferem ações concretas a palavras vazias. Enquanto o presidente está enviando ajuda humanitária e acolhendo refugiados, você ostenta virtudes nas redes sociais e apoia uma viagem obscura de gente capaz de explorar o sofrimento alheio para obter prazer", disse Martins.


"Aliás, por instrução do presidente, a voz do Brasil foi ouvida claramente na ONU. O que você faria de diferente? Abusaria do exibicionismo moral, xingando muito no Twitter, mesmo isso não afetando em nada o conflito e ainda podendo prejudicar o Brasil? Enviaria brasileiros para a guerra?", completou.

Recentemente, um integrante do Podemos, partido de Moro, se envolveu numa polêmica de caráter machista e sexista. O deputado estadual Arthur do Val (SP), conhecido como Mamãe Falei, afirmou que as "mulheres ucranianas são fáceis, porque são pobres".


"Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E, aqui, minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas 'minas', em dois grupos de 'mina' (sic), e é inacreditável a facilidade", afirma do Val na gravação.

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Mamãe Falei foi à Ucrânia acompanhar a invasão das tropas militares russas com o coordenador do MBL (Movimento Brasil Livre), Renan Santos. Após a repercussão negativa, o parlamentar do Podemos disse que agiu como "um moleque".


Do Val retirou sua pré-candidatura ao governo de São Paulo nas eleições de outubro. Integrantes do alto escalão do Podemos esperam que o deputado estadual peça a desfiliação do partido, e a expectativa é que isso ocorra nos próximos dias.

Pedido de cassação na Alesp

Ao menos 15 deputados estaduais assinaram uma representação no Conselho de Ética da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) contra Arthur do Val por quebra de decoro parlamentar. Um dos parlamentares é Altair Moraes (Republicanos-SP), que rechaçou as falas de cunho machista e sexista feitas por Mamãe Falei.

"Houve quebra de decoro parlamentar, sem dúvida. O parlamentar, como representante do povo, em hipótese alguma poderia sair do Brasil, ir a uma viagem de caráter humanitário e fazer uma declaração dessas", disse Moraes ao R7.

"Eu e o meu partido, o Republicanos, somos contra as declarações e já entramos com pedido de cassação do mandato no Conselho de Ética. Além disso, outros vários partidos fizeram o mesmo", completou.

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