Atentado ao STF: veja quem já prestou depoimento à Polícia Federal
Pelo menos dez pessoas foram ouvidas; agentes buscam pessoas que tiveram contato com o autor do ataque
Brasília|Do R7, em Brasília
A Polícia Federal coletou o depoimento de pelo menos dez pessoas desde o atentado terrorista ao STF (Supremo Tribunal Federal) da última quarta-feira (13). Os agentes trabalham para localizar e entrevistar as pessoas que tiveram contato com Francisco Wanderley Luiz enquanto ele esteve no Distrito Federal. Algumas pessoas devem prestar depoimento na segunda-feira (18).
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Segundo apurações do R7 e da RECORD, até o momento, já foram ouvidos a ex-mulher e o filho de Francisco por videoconferência, por não estarem em Brasília; um sargento da polícia militar do BPCães (Batalhão de Policiamento com cães) que estava fazendo ronda no momento do ataque; dois seguranças do STF; uma pessoa em situação de rua que testemunhou o crime; uma servidora do TCU que presenciou as explosões; o dono da loja de fogos de artifício comprados por Francisco; a dona da casa alugada em Ceilândia; e uma outra pessoa, cujo envolvimento ainda não foi esclarecido.
A Polícia Federal vai encaminhar ao STF um pedido de quebra de sigilos bancário, fiscal, telemático e telefônico do autor do atentado. O celular dele foi coletado, e a PF aguarda decisão judicial para que o conteúdo extraído seja analisado e possa ser utilizado nas investigações. O corpo de Francisco passou por perícia e deve ser liberado para sepultamento nesta segunda-feira (18).
Os agentes investigam as redes sociais para averiguar a participação de outras pessoas no atentado, além da ligação de Luiz em grupos extremistas.
‘Tragédia poderia ter sido maior’
O dono da loja que vendeu os fogos de artifício a Francisco, Fernando Barramansa, disse em entrevista à RECORD que se o autor tivesse usado o material comprado na loja “a tragédia teria sido maior“. Isso porque, segundo ele, o que o homem comprou estava intacto dentro do carro.
“Ela vai uma distância de 50 metros, e onde ela bate abre uma distância de 20 metros para cada lado. Então, com certeza, se ele tivesse alcançado o objetivo dele, a tragédia teria sido maior. Mas graças a Deus isso não aconteceu”, afirmou. “Aquela imagem que vi do carro dele, o produto que vendi para ele estava intacto. Agora outra coisa que vi, ele jogando bomba lá na estátua, aquilo ali eu não sei onde ele arrumou. A nossa explodiu lá no carro”, completou.
Fernando ainda relatou que Francisco já foi definido com o que queria comprar. Tanto é que ele foi à loja duas vezes. Na primeira, os produtos que ele queria a loja não tinha disponível, por isso, ele fez uma encomenda e voltou no outro dia para buscar. Ao todo, Francisco gastou R$ 1,5 mil em produtos.
“Ele esteve na nossa loja no dia 5, às 11h da manhã. Comprou uma peça mais simples, de menos potencialidade, e depois voltou às 14h. Acho que ele percebeu que aquela não seria o ideal para o tipo de coisa que ele ia fazer. Ele voltou, e encomendou essa maior, essa outra maior a gente não tem disponibilidade dela na loja porque ela é um produto mais sofisticado, então eu combinei com ele de pegar no outro dia. E ele compareceu no outro dia e fez a compra também”, explicou.