Avião da FAB decola de São Paulo para levar mantimentos para o Rio Grande do Sul
Aeronave leva 34 toneladas, com fardos de água, cestas básicas, colchões, cobertores e medicamentos, doados pela população
Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília
A aeronave KC-30 da FAB (Força Aérea Brasileira) decolou da Base Aérea de São Paulo (BASP), em Guarulhos (SP), no início da tarde desta terça-feira (7) 34 toneladas, com fardos de água, cestas básicas, colchões, cobertores e medicamentos, doados pela população por meio da campanha “Todos Unidos pelo Sul”. A campanha da FAB teve início na noite da sexta-feira (3) pedindo à comunidade doações de roupas, colchonetes, água potável e gêneros alimentícios não-perecíveis.
O estado do Rio Grande do Sul está em situação de calamidade com 155.741 pessoas desalojadas e mais de 1 milhão impactadas de alguma forma pelas chuvas. Na segunda-feira (6), outro avião da FAB levou 18 toneladas de mantimentos doados para as vítimas das enchentes.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou na manhã desta terça-feira que o número de mortes subiu para 90. Outros quatro óbitos ainda estão sendo investigados. Dos 497 municípios do estado, 388 foram atingidos com as enchentes.
Os pontos de coleta para doadores seguem ativos: Base Aérea do Galeão, Base Aérea de São Paulo e Base Aérea de Brasília. Esses locais recebem as doações, das 8h às 18h. A aeronave está a caminho da Base Aérea de Canoas (RS).
As chuvas afetaram a produção agrícola, principalmente de arroz, soja e trigo, além da pecuária. A logística foi comprometida, com estradas obstruídas por barreiras e pontes que caíram. Isso deve impactar, além do abastecimento do estado, os preços dos alimentos no país. Segundo economistas, a expectativa é um aumento de preços nesses produtos nas próximas semanas, devido à calamidade pública no estado.
Também nesta terça-feira, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, informou que o governo federal criou uma espécie de “emenda de resgate emergencial” para ajudar na recuperação do Rio Grande do Sul, que enfrenta fortes chuvas. A ideia é que os recursos já indicados por parlamentares possam ser remanejados para as áreas de saúde, defesa civil e assistência social.
A chamada emenda de resgate emergencial já soma R$ 1,3 bilhão para os municípios em situação de calamidade no RS. Padilha explicou os gastos até o momento com o estado e a previsão para os próximos dias, sendo R$ 542 milhões já pagos e outros R$ 246 milhões que serão pagos até o final desta semana. Além disso, há R$ 480 milhões de transferências especiais e R$ 150 milhões de emendas de comissão, sendo R$ 88 milhões pagos até sexta-feira (10).
“Nós temos R$ 480 milhões, que são as chamadas transferências especiais, as emendas que os parlamentares colocam direto para o fundo de participação dos municípios, ou seja, o recurso vai direto. E nós estamos dependendo da aprovação da sessão do Congresso Nacional nesta quinta da emenda para a lei de diretrizes orçamentárias, encaminhada pelo governo e que autoriza o governo a antecipar o empenho e o pagamento dessas transferências especiais em municípios que estão em calamidade pública”, afirmou Padilha.