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R7 Brasília

Barroso diz que explosões em frente ao STF serão ‘mais uma cicatriz na história’

Presidente do STF indicou que ação não foi isolada e criticou anistia a presos do 8 de janeiro

Brasília|Rute Moraes, do R7, em Brasília

Barroso diz que explosão em frente ao STF será ‘mais uma cicatriz na história’ Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, criticou, nesta quinta-feira (14), as explosões que aconteceram em frente a Suprema Corte na noite da quarta-feira (13). Na ocasião, Francisco Wanderley Luiz levou artefatos ao local, onde os explodiu e, por último, colocou um próximo ao próprio corpo, deitou-se no chão e morreu após uma última explosão.

“O Supremo Tribunal Federal, com sua função constitucional de guardião da Constituição, continuará a simbolizar os ideais democráticos do povo brasileiro e a luta permanente pela preservação da liberdade, da igualdade e da dignidade de todas as pessoas. O episódio de ontem será apenas mais uma cicatriz na história. Uma história de superação e progressiva construção de um país melhor e maior”, disse o magistrado.

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Em seu discurso, o ministro relacionou as explosões com outras ações que ocorreram nos últimos anos, como as ameaças proferidas pelo ex-deputado federal Daniel Silveira a membros do STF; o episódio em que o ex-deputado Roberto Jefferson ateou granadas contra policiais, que estavam a postos para prendê-lo; o episódio quando a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) sacou uma arma, na rua, contra um homem que a provocava; e os atos extremistas que aconteceram em Brasília em 8 de janeiro.

“Esse episódio de ontem se soma ao que já vinha ocorrendo no país nos últimos anos”, disse Barroso. O presidente do STF criticou ainda a tentativa de perdoar os crimes dos presos do 8 de janeiro, que tramita por meio de um projeto de lei na Câmara dos Deputados.


“Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar”, continuou o magistrado.

“A gravidade do atentado de ontem nos alerta para a preocupante realidade de que persiste no Brasil a ideia de aplacar e deslegitimar a democracia e suas instituições, numa perspectiva autoritária e não pluralista de exercício do poder, inspirada pela intolerância, pela violência e pela desinformação. Reforça também, e sobretudo, a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia”, asseverou.


O ministro destacou que o STF é “plural” e que, em uma democracia, há lugar para “conservadores, liberais e progressistas”. Contudo, destacou não haver “lugar para quem não respeita as regras da própria democracia”.

“Amanhã celebramos a Proclamação da República. É uma boa hora de renovarmos nossos votos e nossa crença nos valores republicanos”, complementou.


“É uma boa hora para um novo recomeço. Cada um pensando de acordo com suas convicções, mas sem desqualificar ou agredir quem pensa diferente. Uma pequena Revolução ética e espiritual. O Supremo Tribunal Federal, com sua função constitucional de guardião da Constituição, continuará a simbolizar os ideais democráticos do povo brasileiro e a luta permanente pela preservação da liberdade, da igualdade e da dignidade de todas as pessoas”, concluiu Barroso.

Entenda

Ex-candidato a vereador pelo PL em SC, Francisco também é dono de um carro que explodiu nas dependências do Anexo 4 da Câmara dos Deputados.

O homem chegou a mostrar os explosivos que carregava no corpo para um segurança da Corte. Segundo o depoimento da primeira testemunha ouvida pela PCDF, o segurança teria tentando se aproximar de Francisco ao perceber um comportamento suspeito, mas nesse momento ele teria aberto a camisa para mostrar os explosivos e falado para ele não se aproximar. O homem também tinha um relógio digital, que o segurança acreditou se tratar do disparador da bomba.

Ainda de acordo com o depoimento, após esse momento, o homem teria atirado dois ou três artefatos contra a estátua ‘A Justiça’, que fica em frente a Corte. Após isso, ele teria deitado no chão, colocado outro explosivo abaixo da cabeça, como se fosse um travesseiro, e o artefato teria explodido.

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