Blocos da CLDF têm cinco dias para indicar membros da CPI para investigar ataques em Brasília
Foi publicada nesta segunda-feira (23) a proporcionalidade dos blocos parlamentares para compor o colegiado
Brasília|Sarah Paes e Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Wellington Luiz (MDB), publicou nesta segunda-feira (23) o número de vagas por bloco parlamentar para compor a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar os atos ocorridos em 12 de dezembro de 2022e 8 de janeiro deste ano. Os blocos têm cinco dias úteis, a contar desta segunda, para oficializar os indicados junto à presidência da Casa. O colegiado terá sete distritais.
A comissão vai apurar os responsáveis pela tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, na Asa Norte, e pela invasão e destruição dos prédios públicos na praça dos Três Poderes. O maior bloco, A Força da Família, vai ter duas vagas. Ele é formado pelos deputados Jaqueline Silva (Agir), Doutora Jane (Agir), Pastor Daniel de Castro (PP), Pepa (PP), João Cardoso (Avante), Paula Belmonte (Cidadania) e Rogério Morro da Cruz (PMN).
Os demais blocos vão poder indicar um membro cada um. O Bloco União Democrática é formado pelos deputados Robério Negreiros (PSD), Jorge Vianna (PSD), Eduardo Pedrosa (União) e Martins Machado (Republicanos).
O PL, a maior bancada partidária da CLDF, tem os parlamentares Joaquim Roriz Neto, Roosevelt Vilela, Thiago Manzoni e Daniel Donizet. O bloco do PT é formado por Chico Vigilante Lula da Silva, Ricardo Vale e Gabriel Magno. O MDB conta com Hermeto, Iolando e Wellington Luiz, e a Federação PSOL-PSB tem Fábio Felix (PSOL), Max Maciel (PSOL) e Dayse Amarilio (PSB).
Indicados
Líder do governo na CLDF, o deputado Robério Negreiros (PSD) tem assento garantido na comissão. Ele foi o primeiro a assinar o requerimento que deu início ao pedido de instalação da CPI. Porém o distrital Jorge Viana (PSD) também pode assumir a vaga, caso Negreiros abra mão de integrar a CPI.
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João Cardoso (Avante), líder do bloco A Força da Família, disse ao R7 que o grupo ainda não definiu quem deve ser o membro indicado para ocupar a segunda vaga. Porém, a reportagem apurou que o deputado Pastor Daniel de Castro (PP) ficará com uma das vagas. A outra deve ficar com Jaqueline Silva (Agir), mas ainda não há consenso. A Delegada Jane (Agir) também quer participar da comissão.
"Nossa expectativa para CPI é aquela do exercício do mandato de deputado distrital; que seja técnica e passe longe de qualquer tipo de subjetividade. Entendemos que a CPI é um instrumento importante do Poder Legislativo e deve atender às prerrogativas de fiscalizar e prestar contas à sociedade", afirmou João Cardoso.
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Ao R7, o líder do bloco do PT, Chico Vigilante, explicou que deve ser o nome indicado por seu grupo. "Estou propondo que o meu nome seja indicado. Já combinamos previamente com o presidente, o deputado Wellington Luiz, para chamarmos delegados e policiais experientes para ajudar nessa investigação. Também temos que pegar os melhores funcionários da Câmara para assessorar a CPI. Ao final, vamos apontar os culpados dessa barbárie, para que a polícia do DF possa punir. A CPI investiga, indicia e manda para a Justiça", disse o deputado.
A assessoria do PL informou que o partido vai indicar o deputado Joaquim Roriz Neto. "Nossa expectativa é que a comissão apure os atos ocorridos na cidade com a maior isenção possível. Todos os 24 deputados distritais concordaram com a criação da CPI para investigar os fatos", disse o líder da legenda, Daniel Donizet. O partido vivia uma disputa interna, e Thiago Manzoni também queria a vaga. O grupo teria chegado a um acordo na última sexta-feira (20).
O líder da Federação PSOL-PSB, Fábio Felix, afirmou que o bloco deve indicá-lo para fazer parte da comissão. "A CPI tem que cumprir um papel importante de investigação e com independência. Vamos batalhar para que ela seja independente e não seja utilizada para brindar nenhuma autoridade governamental."