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Bolsonaro perto do alívio? Movimentos de Flávio, dosimetria e prisão humanitária mudam cenário

Especialistas analisam impacto da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro, da dosimetria e do pedido de prisão domiciliar do ex-presidente

Brasília|Luiza Marinho*, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses, observa movimentações políticas enquanto está preso.
  • Flávio Bolsonaro se lança como pré-candidato à presidência em 2026, provocando disputas internas e questões sobre a sobrevivência política da família.
  • A aprovação do PL da Dosimetria na Câmara pode impactar a pena de Bolsonaro, possibilitando um alívio jurídico ou político.
  • Especialistas acreditam que a candidatura de Flávio pode ser uma manobra de pressão para negociar a redução da pena do ex-presidente.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

De dentro da prisão, Bolsonaro articula movimentos da direita para 2026 Diego Herculano/Reuters - Arquivo

Condenado a cumprir uma pena de 27 anos e três meses e atualmente preso, Jair Bolsonaro (PL) observa de dentro da Superintendência da PF (Polícia Federal) uma movimentação política que pode significar algum tipo de vantagem no horizonte.

A escolha do ex-presidente de lançar seu filho mais velho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como pré-candidato à presidência em 2026 reacendeu disputas internas no campo conservador e abriu novo debate sobre até que ponto a decisão tem relação direta com a “sobrevivência política” da família.


A aprovação do PL da Dosimetria na Câmara, que reacendeu o embate entre governistas e oposição, e o discurso cada vez mais insistente sobre o estado de saúde do ex-presidente criaram o cenário perfeito para uma hipótese que voltou a circular em Brasília: estaria Bolsonaro mais perto de um alívio jurídico ou político?

Especialistas ouvidos pelo R7 afirmam que um possível alívio de Bolsonaro está diretamente ligado ao que pode se suceder nas questões de Flávio Bolsonaro e da dosimetria.


Pressão e ‘moeda de troca’

Segundo Márcio Coimbra, CEO da Casa Política, a escolha de Flávio Bolsonaro para ocupar o posto de pré-candidato ao Planalto em 2026, “atropelando” Tarcísio (Republicanos), não é vista apenas como um gesto interno.

“A decisão de Flávio Bolsonaro de se colocar como pré-candidato à Presidência, embora enfrente resistências dentro do próprio campo (como a sombra de Tarcísio de Freitas e as dúvidas de caciques do Centrão sobre sua viabilidade), não é apenas um movimento eleitoral. É uma manobra de pressão e negociação em um contexto de vulnerabilidade jurídica da família”, sustenta.


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Coimbra reforça que o movimento é calculado e tem objetivos explícitos. Na sua avaliação, Flávio se coloca no jogo sabendo que sua candidatura pode se tornar um fator infuenciável.

“A candidatura pode ser interpretada como uma moeda de troca política. O próprio senador já indicou que pode desistir da disputa se um ‘preço’ for pago, aludindo de forma clara à possibilidade de uma anistia ou a alguma forma de alívio jurídico para o ex-presidente.”


Na leitura do cientista político André César, a candidatura de Flávio também é frágil e tem vida curta.

“O Flávio não vai conquistar os votos que o Bolsonaro teria, e, na minha avaliação, ele nem será candidato. O cenário vai mudar completamente”, acredita.

Dosimetria e prisão humanitária

Com o avanço do PL da Dosimetria, é possível que haja uma revisão no cálculo da pena de Bolsonaro. Para Coimbra, esse fator pode representar uma vantagem para o ex-presidente.

“A possibilidade de alívio jurídico ou político para Jair Bolsonaro está diretamente ligada ao debate sobre a dosimetria das penas e à saúde dele. Se a pena for recalculada, o tempo de reclusão para progressão de regime poderia ser reduzido, aproximando-o de um regime semiaberto ou aberto”, explica.

Para o analista, a pressão política, mudança legislativa e o argumento médico são partes de uma mesma engrenagem que reorganiza o caso Bolsonaro.

“Enquanto a família Bolsonaro disputa o futuro político, os aliados e o próprio Judiciário analisam mecanismos jurídicos e políticos para dar um desfecho à situação do ex-presidente que evite um cenário de radicalização ou de crise humanitária na prisão. A aprovação na Câmara na noite de ontem corrobora esta tese”, finaliza.

Para André César, a redução de pena é dada como certa, porém, não é determinante para o resultado das eleições do ano que vem.

“A tendência é que minimizem a pena. Tudo bem, reduzir de 27 para 2 anos, ou qualquer que seja a nova pena, mas ele já está fora de 2026. E o que importa para o grupo que está no poder hoje é 2026, não 2030.″

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