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R7 Brasília

Brasil condena decisão de Israel de declarar secretário-geral da ONU ‘persona non grata’

António Guterres foi proibido de entrar no país; no início do ano, medida foi aplicada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Lula e secretário-geral da ONU são "persona non grata" em Israel Ricardo Stuckert/PR - 24.09.2024

O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, divulgou um comunicado nesta quinta-feira (3) em que lamenta e condena a decisão de Israel de declarar o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, como “persona non grata”. A medida foi tomada pelo Estado israelense na última quarta-feira (2) e anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz.

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“Tal ato prejudica fortemente os esforços da Organização das Nações Unidas em favor de um cessar-fogo imediato no Oriente Médio, da libertação imediata e incondicional de todos os reféns e de um processo que permita a concretização da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”, diz o Itamaraty.

“O ataque do governo de Israel a uma organização que foi constituída para salvar a humanidade do flagelo e atrocidades da II Guerra Mundial e para proteger os direitos humanos fundamentais e a dignidade da pessoa humana não contribui para a paz e o bem-estar das populações israelense e palestina e afasta a região de uma solução pacífica”, acrescenta o comunicado.

Guterres foi considerado “persona non grata” e, portanto, proibido de entrar no país, pela falta de posicionamento claro sobre o ataque registrado na terça-feira (1º), quando o Irã lançou cerca de 200 mísseis em direção ao território israelense. “Qualquer pessoa que não consiga condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irã contra Israel, como quase todos os países do mundo fizeram, não merece pisar em solo israelense”, argumentou Katz.


O ministro acrescentou ainda a ausência de posicionamentos mais contundentes do secretário-geral em relação a grupos terroristas hostis a Israel. “Este é um secretário-geral que ainda não denunciou o massacre e as atrocidades sexuais cometidas pelos assassinos do Hamas em 7 de outubro, nem liderou esforços para declará-los uma organização terrorista. Um secretário-geral que apoia terroristas, estupradores e assassinos do Hamas, Hezbollah, Houthis e agora o Irã — a matriz do terror global — será lembrado como uma mancha na história da ONU”, completou.

Guterres entra na lista de pessoas que não são bem-vindas em Israel, assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em fevereiro deste ano, o governo de Benjamin Netanyahu declarou o brasileiro “persona non grata”, em meio à tensão diplomática que culminou na retirada do embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer. Desde então, a medida não foi suspensa para o petista.

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