Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

Brasil teve redução de 35% no número de veículos exportados nos últimos seis anos

Dados da Anfavea mostram que além da redução na exportação, o país também registrou uma diminuição de 26% na produção

Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília


Índice representa uma queda de 35% nas exportações de veículos Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil

Em seis anos, o número de veículos produzidos no Brasil que foram comercializados no exterior caiu de 628.996 para 403.919, uma redução de 35%, segundo dados da CNT (Confederação Nacional do Transporte). O levantamento considera o período entre 2018 e 2023. Em comparação aos quatro primeiros meses de 2023, o país também registrou queda nas exportações este ano, passando de 148.170 para 109.582.

Veja mais

Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) mostram que além da redução na exportação, o Brasil também registrou uma diminuição de 26% na produção de veículos. Entretanto, apesar da queda, o país continua entre os nove países que mais produzem automóveis.

Em um cenário global, as vendas para a Argentina e México representam as maiores cotas do total de exportações de veículos. Entre janeiro e junho deste ano, por exemplo, as vendas para os argentinos representaram 41,6% da comercialização.

No início do mês, a associação reduziu a projeção de crescimento das exportações para este ano, que tinham expectativa de alta de 0,7%, mas agora indicam recuo de 20,8%.


Em contrapartida, em seis anos, o país registrou um aumento de 13% no número de veículos importados. Segundo a Anfavea, no primeiro semestre o Brasil teve quase 200 mil emplacamentos de modelos importados, 38% a mais do que no mesmo período do ano passado. “Essa queda considerável nas exportações, somada à alta desenfreada nas importações, faz com que a produção deixe de crescer no mesmo ritmo do mercado interno”, diz o texto.

Fatores econômicos

Segundo o professor doutor em economia Hugo Garbe, a desaceleração econômica global, pandemia da Covid-19, volatilidade do câmbio e a instabilidade do real foram fatores que contribuíram para a redução das exportações.


Para o especialista, as condições tornaram os carros brasileiros mais caros no exterior e dificultou a importação de insumos necessários para a produção. Os preços dos veículos produzidos no Brasil também foram influenciados pelo aumento da mão de obra, energia e matérias-primas, “tornando-os menos competitivos no mercado externo”.

O economista explica, ainda, que a redução na comercialização para o exterior tem impactos diretos na produção interna. “Menos veículos sendo produzidos significa menos empregos na indústria automobilística, que é vital para a economia brasileira. Isso afeta não só as montadoras, mas também toda a cadeia de suprimentos, incluindo fabricantes de autopeças e prestadores de serviços”, disse.


Para reverter o cenário, Garbe aponta que o governo federal deve criar um ambiente de negócios mais previsível, com uma economia e moeda estáveis. Acordos comerciais com países da América Latina, investimento em infraestrutura, promoção de políticas de incentivo à inovação e à produção sustentável e menor burocracia são algumas medidas que podem facilitar as exportações.

Taxa de importação

No ano passado, o governo federal decidiu retomar a cobrança de imposto de importação sobre carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in comprados fora do país. Com a medida, o Executivo disse esperar desenvolver a cadeia automotiva nacional, acelerar o processo de descarbonização da frota brasileira e aumentar a arrecadação.

A decisão de reativar a cobrança do tributo foi tomada pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior e passou a valer este ano. As alíquotas do imposto de importação vão aumentar gradualmente até 2026, quando vão atingir 35%.


Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.