Brics anuncia expansão e defende reforma global durante cúpula no Rio
Declaração destaca entrada da Indonésia no bloco e propõe mudanças em instituições como ONU, FMI e Banco Mundial
Brasília|Lis Cappi, do R7, em Brasília

Durante a 17ª Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro em 2025, os líderes do grupo anunciaram avanços concretos na reconfiguração da governança internacional.
A Declaração do Rio de Janeiro formalizou a entrada da Indonésia como novo membro e a inclusão de dez países parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Nigéria, Malásia, Tailândia, Vietnã, Uganda e Uzbequistão.
O documento reafirma o compromisso com a cooperação do Sul Global e apresenta propostas distribuídas em três eixos: político e de segurança, econômico e financeiro, e cultural e interpessoal.
Sob o tema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, o grupo sinalizou maior integração entre países em desenvolvimento e criticou práticas internacionais consideradas excludentes.
A declaração salienta a importância de reformas estruturais na governança internacional, com foco em órgãos como o Conselho de Segurança da ONU e as instituições de Bretton Woods (FMI e Banco Mundial).
O grupo defende mais representatividade para economias emergentes, com revisão de cotas e aumento da presença de países da África, Ásia e América Latina nas instâncias decisórias.
Sistema de pagamentos
Outro ponto relevante é o incentivo ao uso de moedas locais e à criação de sistemas de pagamento transfronteiriços, por meio de uma iniciativa conjunta do Brics. O Novo Banco de Desenvolvimento também recebeu apoio para expandir sua atuação, com prioridade para financiamentos fora do dólar.
O bloco condenou medidas coercitivas unilaterais e barreiras comerciais disfarçadas, como sanções e regras ambientais que impactam exportações de países em desenvolvimento.
A criação de uma Bolsa de Grãos do Brics foi destacada como resposta aos riscos da volatilidade alimentar global, com foco na segurança de abastecimento e estabilidade de preços.
No campo tecnológico, os países assinaram a Declaração dos Líderes sobre Governança Global da Inteligência Artificial, voltada à regulação responsável da IA com foco em inclusão e desenvolvimento sustentável.
Sobre temas geopolíticos, o documento aborda múltiplas crises internacionais. Em relação ao Oriente Médio, o Brics pede o cessar-fogo imediato em Gaza.
Também menciona episódios recentes no Irã, Rússia, Síria, Sudão, Haiti e Líbano, defendendo soluções diplomáticas e respeito ao direito internacional humanitário. Apesar disso, o grupo não citou a guerra entre russos e ucranianos, lembrando que a Rússia é membro-fundador do Brics.
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