Brics avança em negociação para criar sistema próprio de pagamento
Proposta é vista como alternativa ao dólar e tem sido negociada entre representantes das áreas econômicas do grupo
Brasília|Lis Cappi, do R7, em Brasília

As negociações para criação de um sistema próprio de pagamento avançaram entre os representantes do Brics. A modalidade é uma aposta para funcionar como alternativa ao dólar e foi discutida entre ministros e presidentes e Banco Centrais no encontro no Brasil.
A declaração oficial, divulgada na noite de sábado (5), não indica destaques do que ficou acertado entre representantes econômicos, mas afirma que houve avanços para o novo sistema.
A intenção da mudança, conforme tem sido indicado desde o encontro do Brics de 2024, na Rússia, é voltada para reduzir custos de operações financeiras, estimulando transações comerciais baseadas nas moedas dos próprios países do grupo: Brasil, Rússia, Índia, China, Emirados Árabes Unidos, África do Sul, Indonésia, Etiópia, Irã, Egito e Arábia Saudita.
O relatório divulgado também menciona um documento elaborado pelo Banco Central do Brasil, que indica preferências para uma alternativa que agilize pagamentos entre países do Brics com baixo custo, de forma transparente e segura.
“Reconhecemos o progresso alcançado pela Força-Tarefa de Pagamentos do Brics na identificação de possíveis caminhos para apoiar a continuação das discussões sobre um maior potencial de interoperabilidade dos sistemas de pagamentos do Brics”, diz trecho do comunicado final dos ministros de Finanças.
Reação aos EUA
A criação de uma moeda comum é vista como uma forma de avanço comercial entre os países que fazem parte do grupo, mas tem provocado reação internacional pela possibilidade de se opor ao dólar.
Em outra frente, os ministros de finanças também se colocaram contra a imposição de tarifas unilaterais, o que pode ser visto como uma resposta às políticas tarifárias adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O documento não cita nominalmente os EUA ou o presidente norte-americano, mas critica mudanças tomadas de forma individual por um país, com análise de que a situação pode distorcer o comércio e vai contra regras da OMC (Organização Mundial do Comércio).
“Os membros do BRICS demonstraram resiliência e continuarão a cooperar entre si e com outros países para salvaguardar e fortalecer o sistema multilateral de comércio não discriminatório, aberto, justo, inclusivo, equitativo, transparente e baseado em regras, tendo a OMC como seu núcleo, evitando guerras comerciais que possam mergulhar a economia global em recessão ou prolongar ainda mais o crescimento contido”, diz o trecho do documento sobre o tema.
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